A relação entre os peronistas Alberto Fernández e Cristina Kirchner está abalada. Hoje (16), a vice-presidente publicou uma carta aberta à nação com duras críticas ao presidente do país, seu aliado. “Quando tomei a decisão, e faço na primeira pessoa do singular porque foi assim mesmo, de propor Alberto Fernández como candidato a presidente de todos os argentinos, fiz com a convicção de que era o melhor para o meu país”, escreveu Cristina. “Peço apenas ao presidente que honre essa decisão, mas acima de tudo levando também as suas palavras e convicções.”
No documento, a peronista ressalta ter sido contra as diretrizes econômicas delineadas pelo governo. “Apontei que acreditava que estava sendo feita uma política de ajuste fiscal errada”, salientou. “Sempre falei ao presidente sobre o que constituía uma situação social delicada para mim”, disse. “E que resultava, entre outras coisas, em atrasos salariais, descontrole de preços — especialmente em alimentos e remédios — e de falta de trabalho”, lembrou Cristina, ao mencionar que teve 18 encontros com Fernández, em Olivos, na residência oficial do Poder Executivo, para adverti-lo.
Ao comentar as primárias no país, subiu o tom: “Os rumos da economia teriam consequências eleitorais. Cansei de dizer tudo isso ao presidente da Nação.” A peronista sugere ainda que não acredita em pesquisas eleitorais. “A resposta do governo sempre foi que ‘não era bem assim’, que eu estava errada e que, pelas pesquisas, íamos ganhar as eleições. Não leio pesquisas. Leio política e economia.” Na sequência, Cristina sinaliza que quer a demissão do chefe de gabinete de Fernández, Santiago Cafiero, e de outros ministros. “Tivemos uma derrota sem precedentes”, concluiu Cristina, na carta.
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