Diante de uma série de estados brasileiros decretando fechamento total de comércios, bares e restaurantes para tentar conter a propagação da pandemia da Covid-19, a opinião de especialistas sobre o futuro do país não é positiva. A expectativa de médicos é que os números de mortes, que na segunda onda da doença batem recordes diários, continuem a subir. “Muito provavelmente esse número e 1.910 óbitos por dia vai subir, nós teremos, infelizmente, a meta de 2 mil óbitos por dia atingida e francamente muitos cientistas já projetam que se nada for feito de forma emergencial, o Brasil pode chegar à marca de 3 mil óbitos por dia nas próximas semanas”, afirmou o chefe de infectologia da Unesp e consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alexandre Naime, em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, hoje (04).
O médico lembrou que o país se aproxima da marca dos 260 mil mortos e listou uma série de atitudes que podem ter contribuído para um número tão grande de óbitos: a falta de adesão às normas de restrição por parte dos brasileiros; a “vacinação em ritmo de tartaruga lenta” e a circulação da variante P1, com carga viral até 10 vezes mais alta do que a cepa original do coronavírus. A possibilidade de faltas de leitos de UTI para pacientes graves em hospitais públicos e particulares também foi apontada pelo médico como possível diante da situação atual do país. Ele lembrou que o colapso na saúde do Brasil se iniciou há cerca de duas semanas, de forma pontual, em cidades como Jaú, Araraquara e Manaus, passando para estados, como Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
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