Uma declaração conjunta foi emitida no dia 13 de dezembro pelos governos da Argentina, Bolívia, México e Colômbia, garantindo que o ex-presidente, Pedro Castillo, foi vítima de um assédio antidemocrático, conforme noticiado pelo nosso site na época. Fazendo coro a nota emitida pelos países, está o presidente da Venezuela, Nicolás maduro, que garantiu que Castillo passava por uma “perseguição parlamentar, política e judicial sem limites”.
Em evento realizado para celebrar a memória do falecido presidente Hugo Chávez (1999-2013), Maduro ainda afirmou que Castillo vive uma espécie de “conspiração” desde sua eleição e que, após sua posse, foi vítima de “permanentes perseguições até que o levaram embora, golpe a golpe”, assédio ao assédio, em uma perseguição parlamentar, política e judicial sem limites, ao extremo de tentar dissolver o Congresso do Peru.
“Elites oligárquicas não permitem que um simples professor chegue à presidência do Peru e tente governar para o povo” – Nicolás Maduro
Apesar das notas e declarações de países latino-americanos em apoio à Castillo, o Congresso da República do Peru aprovou, na noite do dia 20 de dezembro, com 93 votos a favor, 30 contra e uma abstenção, a reforma constitucional que permitirá antecipar as eleições gerais de 2026 para abril de 2024. A mudança precisava do apoio de 87 legisladores e contempla também que a atual governante, Dina Boluarte, entregue o mandato ao ganhador do novo pleito em julho de 2024. Ontem, ela prometeu estar em condições de deixar o poder no prazo estabelecido.
A tentativa de antecipar as eleições visa diminuir a crise interna que a tentativa de golpe de Estado fracassado causou. Com a prisão de Castillo, violentos protestos tomaram conta do país nas mais variadas cidades. Pelo menos 21 pessoas morreram e 650 ficaram feridas nos confrontos com as forças de segurança. O ex-líder esquerdista cumprirá detenção preventiva de 18 meses.
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