O uso de ferramentas aéreas no combate ao mosquito da dengue esteve em pauta na noite de ontem, segunda-feira, 25 de março, em uma reunião via web promovida pelo Instituto Brasileiro da Aviação Agrícola (Ibravag).
O evento teve a parceria do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) e da Federação Argentina de Câmaras Agroaéreas (Fearca). O encontro teve transmissão pelo canal do Sindag no YouTube, como pode ser assistido novamente no player a seguir:
O debate abordou as experiências no Brasil e no mundo com uso de aviões e drones para combater ou prevenir arboviroses, além do histórico, legislação, experiências internacionais e no país e desafios sobre o tema.
Para isso, o encontro foi mediado pelo diretor-executivo do Ibravag e do Sindag, Gabriel Colle, com a presença de lideranças das duas entidades e do secretário da Fearca, Juan Molina.
Também estiveram na live o consultor Alan McCracken, dos Estados Unidos, o engenheiro agrônomo e consultor do Sindag Eduardo Cordeiro de Araújo, o entomologista Maurício Pasini, os professores Rodrigo Gurgel (faculdade de Medicina da Universidade de Brasília/ UnB) e Edney Vitória, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), o assessor jurídico do Sindag, Ricardo Vollbrecht (abordando a legislação sobre o assunto) e o médico e secretário de Saúde Santo Ângelo/RS, Fernando Bernardi (que este ano coordenou o uso de drones contra vetores em seu Município).
ESTRATÉGIA DE SAÚDE x PRECONCEITO
Atualmente, o combate aéreo a mosquitos integra as estratégias públicas de Saúde, por exemplo, nos Estados Unidos – onde aviões e helicópteros são usados maciçamente desde os anos 1940. A modalidade também é empregada há anos, por exemplo, em nossa vizinha Argentina, combinando o uso de aeronaves com as ações das equipes em solo – na maioria dos casos lá fora, ainda na fase de EVITAR situações de epidemia.
No Brasil, o uso de aviões para eliminar mosquitos em áreas de epidemia ocorreu pela primeira vez (e com sucesso comprovado) em 1975, na Baixada Santista, em São Paulo. A técnica está prevista desde a década de 1960 entre as prerrogativas do setor e, em 2016, foi incluída na Lei Federal 13.301/16 – que dispõe sobre a adoção de medidas de vigilância em saúde contra arboviroses no País (artigo 1º, § 3º, Inciso IV).
Porém, mesmo com registro de 1,5 milhão de casos de dengue no País e 1.032 mortes pela doença naquele ano, o assunto foi parar no STF. A Suprema Corte validou a ferramenta em 2019, num julgamento em meio a uma nova epidemia que, então, resultou em quase 1,6 milhões de doentes, com 782 mortos.
O Sindag ressalta um fato tristemente irônico: enquanto no Brasil a ferramenta encontra entraves para ser ao menos testada (mesmo neste 2024 com já quase 2 milhões de doentes, 656 óbitos e outras 1.025 mortes suspeitas em apenas 80 dias), nosso País é fornecedor de tecnologia para combate aéreo a mosquitos para os Estados Unidos.
Na falta de uma política federal e de pesquisas pelo Ministério da Saúde para o emprego de aeronaves convencionais ou remotamente pilotadas, desde 2022 prefeituras do interior do Brasil vêm tomando a frente e promovendo por conta própria aplicações com drones, sob controle de seu pessoal técnico de Saúde e Meio Ambiente (especialmente em São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).
A ação começou a se intensificar neste ano, abrangendo o uso da tecnologia de pilotagem remota na cobertura (com larvicidas e inseticidas) de áreas não acessíveis pelos fumacês terrestres.
Fonte: Aeroin
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