*Por Luciano Martins
O Brasil tem acompanhado, nos últimos dias, lamentavelmente, os efeitos desastrosos decorrentes das condições climáticas na região Sul do País. Com 332 municípios atingidos, o Estado do Rio Grande do Sul foi severamente castigado pelas chuvas intensas.
Com média de 420 mm acumulados, entre 24/04 e 04/05/24, volume equivalente a 3 meses, resultaram 15.192 pessoas em abrigos, 80.573 desalojados, 710.022 afetados, 155 feridos e 100 desaparecidos e, infelizmente, 75 óbitos – Dados da Defesa Civil do ultimo dia 5 de maio.
Com 187 pontos de bloqueio, sendo 142 totais, 45 parciais nas rodovias daquele Estado – fonte: PRF e DAER-RS, é possível ter o panorama dos níveis alarmantes dos prejuízos econômicos, que abrangem desde danos à infraestrutura pública, como estradas e pontes, até a suspensão de serviços públicos essenciais. Boletim Infraestrutura SEMA-RS, afirma 418,2 mil pontos sem energia, 1,06 milhão de unidades consumidoras sem água e dezenas de municípios sem telefonia e internet.
O espectro da crise é ainda maior: na agricultura, pecuária e, sobretudo, na produção de subsistência, comum às pequenas propriedades rurais, aponta perdas em níveis alarmantes, atingindo frontalmente o abastecimento daquelas regiões. Impactos na produção implicam retração do emprego e rendas.
Esses eventos denunciam, sobretudo, a necessidade premente de se fortalecer as políticas de gestão de riscos e adaptação às mudanças climáticas. O Brasil é celeiro de nomes técnicos e preparados para o Gerenciamento de Crises em todos os níveis, não é um País coadjuvante em crises climáticas.
Estão sendo colocados à prova, 2/3 dos Gestores Municipais, e não se trata acompanhar a capacidade de Gestão e Gerencimento de Crises, adstritas aos municípios afligidos pelas fortes chuvas. Ao revés disso, cuida-se verificar a capacidade de mobilização e integração em níveis nacional, estadual e municipal.
Apesar das mazelas, dos impactos econômicos, sociais e todos os demais efeitos defenestradores dessa tragédia, há um farol: a solidariedade do povo brasileiro, há esperança!
Sem receio em carregar na tinta, por fim, se impõe imperiosa alusão ao DNA do povo gaucho. Não se abatem facilmente, sua resiliência é extreme de dúvidas. São acostumados a povoar suas preces, mesmo as últimas, ofertam de joelhos, com rústicos adereços trançados em couro cru, uma forte prece, uma prece de xiru. Viva o Rio Grande do Sul!
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