Bahia tem 7 das 10 cidades mais violentas no Brasil, aponta Atlas da Violência

Bahia é o estado com mais cidades entre as mais violentas do país — 7 das 10 com maior taxa de homicídios. O levantamento é do Atlas da Violência 2024, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) junto ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública, com dados de 2022 e divulgado hoje (18). De acordo com o Atlas, são 16 cidades nordestinas entre as 20 mais violentas, sendo sete delas na Bahia. Conforme o levantamento, o alto número pode ter relação direta com a disputa por áreas dominadas pelo crime organizado e pelo tráfico de drogas.

Santo Antônio de Jesus (BA), no recôncavo baiano, é a cidade mais violenta do Brasil por número de homicídios, diz o Atlas. O município tem uma média de homicídios de 94,1 por 100 mil habitantes. Segundo o Censo 2022, Santo Antônio tem 103 mil moradores. Outros seis municípios baianos estão no ranking das dez cidades com maiores índices de homicídios. Santo Antônio de Jesus se junta a Jequié, com taxa de homicídios de 91,9, Simões Filho (81,2), Camaçari (76,6), e Juazeiro (72,3), para fechar a lista dos cinco mais violentos. Cabo de Santo Agostinho (PE) completa a lista de cidades do Nordeste brasileiro entre as mais violentas, com média de 66,9.

Retrato da violência no Nordeste

O cenário de violência descrito na Bahia se repete em outros estados do Nordeste. Com altos índices também no Ceará e Pernambuco, por exemplo, a região figura como a mais violenta do país.

Para os pesquisadores, trata-se de uma consequência direta do conflito armado entre facções criminosas e suas alianças com pequenas gangues locais. “A atuação dessas facções permeia desde a entrada da droga no país nas regiões fronteiriças com a Bolívia e Paraguai, no caso dos estados do Centro-Oeste, ou mesmo no território da Amazônia Legal, no Norte, até a exportação da mesma via litoral brasileiro, principalmente no Nordeste”, aponta o texto.

Diante desse cenário, a solução proposta inclui todos os entes federativos. O estudo defende que o poder público repense a estrutura do sistema penitenciário no âmbito nacional, ao mesmo tempo que os entes municipais devem assumir o planejamento e a execução de ações preventivas.