Após embate via mídia, Jardel Sebba responde a um artigo publicado pelo secretário da indústria e comércio de Goiás
O clima esquentou de vez no cenário político de Goiás entre dois ex-presidentes da Alego (Assembleia Legislativa de Goiás). As críticas ficaram por demais ácidas por parte de Jardel Sebba e José Vitti. Jardel permanece no PSDB, ao passo que José Vitti hoje é do DEM, sendo inclusive no atual governo ocupante da cadeira de secretário da indústria e comércio.
Em várias matérias na imprensa goiana, como em entrevista à TBC, e também numa live produzida pelo site do jornal O Popular no dia 19 de maio, o Secretário José Vitti, utilizando dados de um relatório da CNI (Confederação Nacional da Indústria), dando conta que a industrialização em Goiás teria estagnada nos anos de 2008 a 2018, tem tecido críticas à política dos governos do PSDB quanto à atração de empresas, incentivos fiscais, etc…
Jardel Sebba, como tucano de primeira grandeza, tido e havido como um dos mais leais homens públicos da política goiana, entende que José Vitti, mesmo sendo auxiliar do atual governo, não teria direito de fazer tão duras críticas, o que Jardel chama de ataques, aos governos do PSDB, especialmente os de Marconi Perillo. O fato é que Vitti e Jardel Sebba têm chamado a atenção da mídia com acirramento das declarações dos dois lados.
O Brazil Urgente mostra agora dois artigos, um de José Vitti e outro de Jardel Sebba num confronto que tem esquentado de vez o meio político goiano.
SAIBA MAIS: O secretário de Indústria e Comércio, José Vitti, respondeu às críticas feitas pelo ex-presidente da Assembleia Legislativa, Jardel Sebba.
“Recebi com espanto o ataque desproporcional do ex-deputado e ex-presidente da Assembleia Legislativa, Jardel Sebba. No texto, recheado de adjetivos vis que demonstram falta de maturidade, ele me acusa de criticar os programas de atração de investimentos dos governos do PSDB, de 1999 a 2008. A crítica que pareceu tão ofensiva a Jardel refere-se à minha análise sobre os dados apresentados, no último dia 17, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O levantamento demonstrou que, de 2008 a 2018, Goiás ficou estagnado na 9a posição do ranking dos estados mais industrializados do Brasil. Em meio a um movimento de descentralização, que contemplou o crescimento da indústria em várias regiões, a participação goiana no PIB industrial passou de 2,83%, no biênio 2007-2008, para apenas 2,91% em 2017-2018. São fatos apontados por uma instituição ilibada e comprometida com o desenvolvimento da indústria nacional, mas para Jardel e sua trupe, ao que tudo indica, é preciso se esconder da verdade.
Seja como secretário da Pasta que atua em prol da indústria goiana, como político ou como empresário, que não goza de quaisquer incentivos fiscais, não preciso me esconder de nada. Nunca fui cassado de cargo público nem tive contra mim mandados de busca em operações policiais. Integro a equipe do governador Ronaldo Caiado com muita honradez, a fim de prestar minha parcela de contribuição ao povo goiano e de estender meus esforços ao setor produtivo, que também represento. Por isso é que não estou sujeito ao mesmo olhar limitado daqueles que me acusam. Se Jardel enxerga a Política como um time a ser defendido cega e apaixonadamente, eu a enxergo como um instrumento de melhoria das condições de vida em Goiás.
Não tenho a intenção de, sozinho, revolucionar nada, como foi ironicamente sugerido por Sebba. Meu trabalho diário é pela industrialização do território goiano, pela empregabilidade e desenvolvimento do nosso estado. Inclusive, tamanha é minha disposição para colaborar que poderia até mesmo participar da gestão de Jardel Sebba, o que não é possível, visto que este foi derrotado nas eleições municipais de Catalão em 2016, quando obteve apenas 26,34% dos votos.
Sem paixões partidárias e comprometido com o setor produtivo é que posso expor e reiterar minha análise técnica, ainda que ela confronte o ego daqueles que querem distorcer a história. Programas de incentivo fiscal não foram inventados pela gestão do PSDB. São um recurso voltado à atração de indústrias para Goiás desde 1971. Tiveram sim sua parcela de contribuição para o desenvolvimento do estado, o que não neguei em nenhum momento. Minha crítica, da qual não me retrato, é de que a contribuição de formatos como o Fomentar e o Produzir se exauriu e que as fragilidades dessas iniciativas legaram ao Estado cerca de 439 processos, um passivo judicial de aproximadamente R$ 12 bilhões aos contribuintes goianos, pleiteados pelos municípios a título de repasses de ICMS.
Minha crítica originalmente não é política, mas motivada pela observação dos fatos passados e com- prometida com o futuro do nosso Estado. Precisamos sim atrair investimentos para Goiás, mas não a qualquer custo, não passando por cima da segurança jurídica, da impessoalidade e da transparência. Qualquer indivíduo que não seja um dinossauro parado no tempo evolui com a sociedade. Isso não é ser camaleão. É aprender com a história, é não se eximir de responsabilidades e enfrentar desafios de peito aberto. É, sobretudo, permanecer à disposição do povo goiano.”
José Vitti
Secretário da Indústria, Comércio e Serviços (SIC)
SAIBA MAIS: Jardel Sebba responde a artigo duro do Secretário José José Vitti
“No momento em que o país atravessa a maior crise da história e Goiás bate recorde sucessivos de mortes, por um desgoverno, que abandonou os Goianos a própria sorte, o ex deputado Zé Vitti, atacou e volta a atacar gratuitamente os governos do PSDB, que ele apoiou e dos quais usufruiu pessoal e financeiramente em suas eleições e mandatos.
O governador Marconi, que para ele, foi o melhor da história de Goiás, foi vítima de processos e operações “armadas” com conotações políticas, assim como eu, que fui denunciado por um “empresário” que foi PRESO neste final de semana, por ter colocado funcionários na SAE, que é autônoma e independente, sem citar o nome de NENHUM deles, para que a justiça pudesse interrogar.
Nunca tive o mandato cassado, Zé Vitti! Fiquei 24 horas fora da prefeitura, vítima da armação de um juiz que anunciou no Facebook o dia e a hora que iria pedir meu afastamento, bebendo e tocando violão. O ex governador Marconi, está derrubando um a um, para tristeza de vocês, os poucos e infundados processos na justiça.
Já pensou se Zé Vitti fosse investigado um por cento do que foi Marconi? Será que resistiria? Até porque suas “broncas” são por não ter sido atendido em algumas solicitações não republicanas. Zé Vitti usou um relatório da CNI e, sem nenhuma análise macroeconômica, foi atacar as gestões do seu ex PSDB, partido este, que transformou o perfil sócio econômico de Goiás.
Vitti, que não se reelegeria, “arrumou” uma doença no fígado e até hoje, ninguém sabe qual, para não ser candidato a deputado, mas, a “doença” não impediu que saísse suplente de senador da Lúcia Vânia, achando que ganharia a eleição sem fazer força. Só demonstrei minha indignação, porque esperava do Vitti, coerência e LEALDADE a quem tanto o ajudou.
Goiás está se deteriorando com um governo sem rumo, sem planejamento e cheio de escândalos de corrupção. Tanto é que foi preciso mudarem o comando da Polícia Civil, para que as investigações que estavam chegando muito perto do palácio e de pessoas próximas ao governador , fossem abafadas.
Mas o governador com essa “estratégia” desesperada, talvez tenha dado um tiro no pé, pois nossa valorosa polícia civil não se submeterá as determinações autoritárias desse governador. Zé Vitti, não tem condições morais de cobrar nada de ninguém, assim como seu patrão. Use seu tempo e energia para ajudar a combater a pandemia em vez de bajular seu chefe e indiretamente, se prestando a ser um cabo de chicote, atacar seu amigo (?) e conterrâneo Marconi Perillo.
Para quem herdou empresas e negócios, talvez seja difícil construir algo com trabalho. Mas tente secretário, nós goianos, precisamos de ações reais e não midiáticas, afinal, o povo está morrendo na porta dos hospitais que NÓS construímos.
Não perderei mais tempo com Vitti e suas ladainhas. Vá servir o atual governador, até que chegue o próximo, para o senhor aderir e bajular. Gente como o ex deputado José Vitti não consegue viver longe do poder e dos palácios.”
Jardel Sebba – Ex-prefeito de Catalão e ex-presidente da Alego
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