Uma mulher de 60 anos começou a falar com um sotaque sueco sem nunca ter visitado o país ou convivido com pessoas nascida da Suécia. Tempos depois, Georgina Gailey procurou um hospital e foi diagnosticada com síndrome do sotaque estrangeiro (SAF), registrada pela medicina apenas 150 vezes desde sua descoberta em 1907. De acordo com a britânica, os médicos acreditam que a condição pode estar ligada a um ataque cardíaco. Contudo, a origem ainda é incerta. O que se sabe é que ela uma das poucas pessoas com o diagnóstico deste distúrbio da fala.
“Eu falava muito bem e agora pareço sueco. Eu digo “ja” em vez de sim. No começo, não percebi o quão diferente era até ouvir a mensagem na secretária eletrônica. É tão diferente. As pessoas perguntam de onde eu venho e quando eu digo que sou inglês, elas riem. Elas acham que eu sou da Suécia”, conta em entrevista ao The Sun. “Não sei se terei o sotaque para sempre. Não é legal pensar que posso ficar assim para sempre. Minha pobre família tem que me aturar. Quanto mais tempo eu tiver o sotaque, mais provável é que ele permaneça”, afirma.
O que é síndrome do sotaque estrangeiro?
Pessoas com esse distúrbio falam a própria língua nativa de uma forma diferente. Para quem escuta, o tom da fala pode remeter à tentativa de um estrangeiro falar aquele idioma. Não se sabe ao certo o que pode causar a síndrome, mas estudos apontam que possa estar relacionado a lesões cerebrais. No entanto, os médicos já descobriram que alterações estruturais podem provocar o distúrbio, como um AVC, um traumatismo na cabeça, uma lesão do sistema nervoso central ou até mesmo um tumor. Questões psicológicas também podem ser um fator. Quando não é possível demonstrar que exista uma lesão no cérebro, no entanto, a causa da síndrome pode estar relacionado a questões psicológicas. No caso de Georgina Gailey, foi um ataque do coração.
Casos podem ser passageiros
A literatura médica mostra que esses casos têm sido curtos e passageiros, desaparecendo em alguns dias sem nenhum tipo de tratamento. Segundo Antonio Francisco de Araujo Netto, neurologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, não existe um tratamento medicamentoso ou cirúrgico para a síndrome do sotaque estrangeiro, mas se o paciente perceber que a condição está demorando ou incomodado demais, o indicado é procurar um fonoaudiólogo. “São os especialistas mais adequadas para um manejo reabilitatório da fala”, diz.
Relacionadas
Brasil pede desculpas oficiais pela escravização das pessoas negras
Julgamento de Bolsonaro e demais indiciados pode ocorrer em 2025
Ex-bailarina do Faustão, Natacha Horana é presa em São Paulo