André Janones se torna réu no STF por injuriar Jair Bolsonaro

Deputado André Janones teve papel fundamental na campanha de Lula ao comandar ações violentas nas redes sociais

Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para tornar o deputado federal André Janones (Avante-MG) réu por injúria ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão foi tomada nesta sexta-feira, 14.

Bolsonaro apresentou queixa-crime contra Janones por publicações feitas nas redes sociais em março e abril de 2023. Nas postagens, o réu chamou o ex-chefe do Executivo de “miliciano”, “ladrãozinho de joias”, “bandido fujão” e “assassino que matou milhares na pandemia”.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestou-se favoravelmente ao recebimento da queixa-crime de Bolsonaro e à abertura de ação penal contra Janones.

Votaram a favor da ação os seguintes ministros:

  • Cármen Lúcia;
  • Alexandre de Moraes;
  • Flávio Dino;
  • Edson Fachin;
  • Gilmar Mendes; e
  • Kassio Nunes Marques.

Ao votar favoravelmente para tornar Janones réu por injúrias a Bolsonaro, a ministra Cármen Lúcia afirmou que “parece existir prova mínima da autoria e da materialidade do delito de injúria”.

Ministros votam contra denúncia de Bolsonaro

O ministro Cristiano Zanin votou contra a queixa-crime, justificando que há conexão entre a manifestação de Janones e sua função de congressista. Acompanharam o indicado de Lula os ministros André Mendonça e Dias Toffoli.

Nas redes sociais, o deputado André Janones se manifestou quanto a abertura da ação no STF. Chegou a dizer que chamaria o ex-presidente Bolsonaro para defendê-lo, “até porque ele defende a imunidade absoluta e eu não tinha conhecimento que poderia me tornar réu por injúria ao ofender a suposta honra de alguém que não tem honra”.

Posteriormente, emitiu uma nota sobre o caso no seu perfil oficial no Twitter/X. “Com todo respeito ao STF, a aceitação da denúncia me traz uma certa satisfação”, iniciou o parlamentar que conseguiu salvar seu mandato depois de investigação por suposta “rachadinha” em gabinete.

“É a confirmação cabal da hipocrisia de Bolsonaro, que, quando é ele o autor das acusações, defende a liberdade de expressão absoluta (especialmente para os detentores de mandato, como eu, no gozo de suas imunidades por palavras e votos), mas quando é acusado, recorre ao tribunal para calar seus adversários”, declarou.

Por fim, Janones alegou não ter feito “insultos pessoais a ninguém” e que somente se posicionou “como um deputado contra um governo do qual eu era oposição, resguardado pela imunidade constitucional”.

Fonte: Revista Oeste