Arquivos sobre assassinato de Kennedy indicam que EUA evitou uma ditadura comunista no Brasil

O governo dos Estados Unidos divulgou na terça-feira (18) mais de 2 mil documentos relacionados à investigação do assassinato do presidente John F. Kennedy em 1963. Entre os arquivos, publicados na terça-feira (18) e quarta-feira (19), há revelações surpreendentes sobre o monitoramento de líderes brasileiros, como Leonel Brizola, e a atuação de potências como China e Cuba no contexto da crise política brasileira da época.

Um dos documentos da CIA revela que, durante a semana de 27 de agosto de 1961, o presidente chinês Mao Tsé-Tung e o líder cubano Fidel Castro ofereceram “apoio material” e “voluntários” a Leonel Brizola, então governador do Rio Grande do Sul. A oferta ocorreu no contexto da Campanha da Legalidade, movimento liderado por Brizola para garantir a posse de João Goulart como presidente após a renúncia de Jânio Quadros.

Segundo o relatório, Brizola recusou a ajuda para evitar “criar um assunto internacional” em meio à crise política brasileira, embora tenha agradecido o suporte moral. O arquivo também destaca o receio do governador de uma possível intervenção americana caso aceitasse o auxílio estrangeiro. Enquanto a oferta de Fidel Castro vazou para a imprensa, a proposta de Mao permaneceu em segredo, segundo a CIA. A informação teria sido obtida por meio de um “professor brasileiro” com contatos entre líderes estudantis comunistas.