O primeiro depoimento do acordo de colaboração premiada de Mauro Cid mostra como Jair Bolsonaro (PL) acreditava ser possível encontrar alguma fraude no sistema de votação nos seus últimos dias como presidente da República.
De acordo com o relato de Cid, Bolsonaro, no período em que se recolheu ao Palácio do Alvorada após a derrota no segundo turno para Lula (PT), trabalhava com duas hipóteses.
“A primeira seria encontrar uma fraude nas eleições e a outra, por meio do grupo radical, encontrar uma forma de convencer as Forças Armadas a aderir a um Golpe de Estado”, disse o ex-ajudante de ordens.
Naquele momento, bolsonaristas estavam acampados em frente a unidades militares espalhadas pelo Brasil. Uma delas, o Quartel-General do Exército em Brasília, de onde parte deles partiram para as depredações dos prédios dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023.
Bolsonaro, disse Cid, “tinha certeza que encontraria uma fraude nas urnas eletrônicas” e, por isso, “precisava de um clamor popular para reverter a narrativa”.
Ainda segundo Cid, quem atualizava Bolsonaro com notícias sobre os manifestantes era o ex-ministro da Casa Civil e seu vice na chapa presidencial, o general Braga Netto, preso em dezembro pela Polícia Federal por suspeita de participação na trama golpista.
A busca de Bolsonaro por fraudes envolvendo o sistema eletrônico de votação marcou quase todo seu mandato e o colocou na mira do inquérito das milícias digitais ainda em 2021.
Naquele ano, após ser cobrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que apresentasse provas de suas acusações sobre as urnas, Bolsonaro realizou uma live em que apontou para supostas fragilidades no sistema.
Fonte: Metrópoles
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