A primeira expedição científica oficial do Brasil ao Ártico, em andamento até o dia 21 de julho, pretende conhecer a biodiversidade de um dos territórios mais gelados do planeta, compreender sua importância em termos ecológicos e para as mudanças climáticas globais e contribuir para sua preservação ambiental.
No arquipélago Svalbard, parte do Círculo Polar Ártico pertencente à Noruega, está a equipe: dois professores do Instituto de Ciências Biológicas (IB) da Universidade de Brasília (UnB), Paulo Câmara (foto), um dos coordenadores da expedição, e a pesquisadora Micheline Carvalho Silva (foto). Somam-se ao grupo os professores do Departamento de Microbiologia da Universidade Federal de Minas (UFMG) Luiz Henrique Rosa, também na coordenação, e Vivian Nicolau, além do docente da Pontifícia Universidade Católica de Brasília Marcelo Ramada.
A missão, liderada pela Unb em parceria com a UFMG, integra o Programa Antártico Brasileiro (Proantar) e é financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pelas instituições envolvidas.
O Brasil tem 7% do território no hemisfério norte, explica o professor Paulo Câmara, o que reforça a necessidade da pesquisa no local. “O que significa que 7% do Brasil está mais perto do Ártico do que da Antártica. Nós já temos uma presença da Antártica há mais de 40 anos, e no Ártico não temos presença. São dois grandes reguladores climáticos. O Brasil tem a participação na Antártica, na Amazônia desde sempre, e não tínhamos nenhuma participação no Ártico”, disse o professor, em entrevista direto do Ártico para a Agência Brasil.
Durante a missão, os pesquisadores irão coletar plantas, fungos, micro-organismos, sedimentos e outras amostras biológicas para gerar dados sobre a território, o que permitirá traçar um comparativo e compreender a relação entre espécies que ocorrem nos dois polos – o Ártico e a Antártica – , sem presença em áreas intermediárias do planeta. Entre elas, uma das especialidades do pesquisador Paulo Câmara: as briófitas, espécies de plantas de pequeno porte com fácil dispersão nos ambientes polares.
O Ártico é estimado pela quantidade significativa de recursos ainda inexplorados, como petróleo e gás natural, e considerado estratégico para a investigação de impactos climáticos, ambientais e econômicos em nível mundial. Mas, o extremo norte vem sofrendo, nas últimas quatro décadas, com o derretimento acelerado de suas geleiras.
Fonte: Agência Brasil
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