Decretos e Semana Santa levantaram dúvidas sobre funcionamento, mas mercado, que só fecha em três datas anuais, abre para comercialização rotineira no fim de semana
Com os decretos estadual e municipal, determinando restrições do comércio como estratégia para conter o avanço da Covid-19, muitas dúvidas surgiram sobre o funcionamento do entreposto da Centrais de Abastecimento (Ceasa) de Goiânia. Com a chegada do feriado da Semana Santa, a dúvida cresceu. Porém, a presidência da Ceasa informa: o mercado estará fechado somente na sexta-feira (02/04), sendo que já no sábado (03/04), o funcionamento deverá estar normalizado com todos os pavilhões funcionando. Durante o ano, somente três feriados fecham as portas do entreposto: 25 de dezembro, 1º de janeiro e a Sexta-feira da Paixão.
O entreposto de Goiânia é responsável por abastecer grande parte do Centro-Oeste, Norte e Nordeste brasileiro. Na Ceasa, a rotina de vendas começa às 4h da madrugada e segue até o início da tarde, por volta de 14h. Pelo entreposto de Goiânia, circulam diariamente cerca de 15 mil pessoas. São trabalhadores, produtores e visitantes que movimentam a quinta empresa de abastecimento mais importante do País e a maior do Centro-norte.
Da Ceasa Goiás partem alimentos que chegam à mesa de milhares de brasileiros, representando mais de R$ 2,5 bilhões comercializados anualmente, de acordo com dados dos três últimos anos. Enquanto a Ceasa está funcionando, o brasileiro pode ter certeza de que é certo nas prateleiras dos supermercados, nos verdurões ou feiras os hortifrutigranjeiros comercializados dentro de padrões de qualidade e com preços condizentes com a realidade de mercado, independente do clima, da época do ano e da produtividade da safra.
Contra a Covid-19 para não fechar
Consciente da própria relevância para a economia e qualidade de vida dos goianos, haja visto que o desabastecimento, nesse momento, levaria a problemas ainda maiores para a sociedade, a Ceasa Goiás tem dado especial atenção às medidas de prevenção à Covid-19. Como o mercado é tido como comércio de primeira necessidade e não pôde atender ao decreto estadual de fechamento 14 por 14 do governador Ronaldo Caiado, medidas mais rigorosas foram adotadas na guerra contra o vírus.
Entrar sem máscara no entreposto é proibido por resolução interna e, para garantir o cumprimento da norma, equipes de fiscalização, inclusive com enfermeiros e técnicos, ficam a postos nas portarias, aferindo temperatura e cobrando o uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI). A equipe de enfermagem, comandada pela enfermeira Marcela Alves Araújo, realiza rondas diárias em todo o mercado.
Neste trabalho, são feitas entrevistas para averiguar possíveis sintomas e se a pessoa teve contato com outros doentes. Em caso de mínima suspeita, a pessoa é afastada e orientada a fazer o teste. Só volta para o posto de trabalho de posse do exame negativo de Covid-19, ou após transcorridos os dias de isolamento, se a contaminação for confirmada. Com isso, segundo Marcela, tem-se evitado que situações pontuais de contágio fora do mercado se transformem em focos no entreposto.
Além dessas medidas, ações como desinfecção diária dos vários pavilhões e a multa pelo não uso ou uso incorreto da máscara continuam acontecendo e de forma efetiva. Fiscais de mercado estão atentos e, mais que autuada, a pessoa sem o equipamento é retirada do entreposto. Com isso, até mesmo os casos de afastamento por suspeita de Covid-19, que cresceram no final de fevereiro, voltaram a cair. Atualmente, são quatro afastados num universo de mais de três mil trabalhadores.
“Estatisticamente, pode-se afirmar que dos cinco casos semanais de afastamento registrados em janeiro e fevereiro, o número em março caiu muito. Até o momento, há apenas um caso confirmado e afastado”, esclarece a enfermeira.
O presidente da Ceasa, Lineu Olímpio, desde que assumiu o cargo em fevereiro passado, tem reforçado as medidas preventivas. Ele acredita que muito há por fazer, mas que o cenário, na Ceasa, só tende a melhorar. Segundo ele, o número de multas pelo não uso de máscara caiu para cerca de duas ocorrências semanais, e que a mudança de mentalidade é visível no entreposto.
“Lugar seguro no planeta não existe, mas podemos dizer que hoje a Ceasa Goiás cumpre todos os protocolos e está, com o apoio do governador, atenta para que não haja alastramento de casos”, afirma.
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