Roberto Requião oficializou sua saída do Partido dos Trabalhadores (PT), direcionando críticas contundentes ao partido e à administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O político, que havia se filiado ao PT em março de 2022 após deixar o MDB, criticou a transformação da “frente da esperança”, que apoiou Lula nas eleições de 2022, em uma fonte de “desesperança”. “O PT atravessou o rubicão”, declarou Requião, oficializando sua desfiliação no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná na última quarta-feira.
O descontentamento de Requião ganhou força diante das negociações do PT para as eleições municipais de Curitiba, onde o partido indica apoiar Luciano Ducci (PSB), contrariando Requião. O movimento sinaliza uma preferência do PT nacional em formar alianças estratégicas, potencialmente visando o apoio do PSB à candidatura de Gleisi Hoffmann ao Senado, dependendo do resultado da situação de Sergio Moro.
Requião não escondeu sua insatisfação, compartilhando-a abertamente em vídeo e postagens na rede social X. “Entrei no PT contra o liberalismo econômico, acreditando nas transformações prometidas por Lula. Mas vejo uma regressão nos ideais que nos uniram”, enfatizou. Ele critica duramente o apoio do governo Lula a medidas controversas no Paraná, como a venda de companhias estatais e a gestão do Porto de Paranaguá, questionando as decisões do partido em apoiar um candidato de direita em Curitiba.
Apesar das críticas, Requião mantém seu apoio ao governo Lula, destacando acertos como as prisões relacionadas ao caso Marielle Franco. “Não me arrependo do apoio em 2022, mas é preciso evoluir. Quero um governo que verdadeiramente transforme o Brasil em benefício do povo”, concluiu, apelando por uma revisão nas estratégias e participação política do PT.
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