Em artigo publicado na edição de ontem (4), do jornal O Estado de S. Paulo, o biólogo e PhD em biologia celular Fernando Reinach faz um alerta sobre a decisão de utilizar a vacina chinesa CoronaVac na aplicação da terceira dose contra a covid-19, como sinalizou nesta semana o governo de São Paulo. Com base nos dados sobre a efetividade do imunizante no Programa Nacional de Imunizações (PNI) do governo federal, Reinach afirma que os indicadores “demonstram, de maneira cabal, que as informações divulgadas pelo Butantan, de que a Coronavac seria 100% eficaz contra mortes, não correspondem à realidade”.
“Em pessoas com mais de 90 anos, a Coronavac evita somente 25% das infecções, 30% das hospitalizações, 30% das internações em UTIs e 30% dos óbitos. Ou seja, ela fornece muito pouca proteção para idosos e nunca seria aprovada para uso nesse grupo, caso esses dados estivessem disponíveis na época da avaliação”, diz o biólogo. “O resultado é um pouco melhor para pessoas entre 80 e 89 anos: evita por volta de 55% das infecções, 65% das internações, 65% das internações em UTIs e 65% das mortes. Isso explica o grande número de idosos, como Tarcísio Meira, que têm morrido quando infectados após tomarem a Coronavac.”
Segundo Reinach, “o uso da Coronavac para vacinar os mais idosos é uma decisão de alto risco, para não dizer eticamente inaceitável”. “Isso porque temos a opção de utilizar as vacinas da AstraZeneca e da Pfizer que podem ser usadas como dose de reforço. É preciso retirar a Coronavac do esquema de terceira dose dos mais idosos. Cabe à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) garantir que assim seja feito, retirando a permissão de uso da Coronavac em idosos”, afirma.
Relacionadas
Água sanitária pode ser eficaz no combate às larvas do mosquito da dengue
Justiça suspende cobrança de dívida de filho de Lula com a Receita Federal
Homem é preso por estuprar estudante de 12 anos após oferecer carona em Goiás