O chefe do sistema hospitalar de Paris, Martin Hirsch, acendeu um debate acirrado na França ao questionar se as pessoas que se recusam a receber a vacina contra a Covid-19 devem continuar a ter seu tratamento pago pelo seguro de saúde público.
Dentro do sistema de saúde da França, todos os pacientes que vão para a terapia intensiva têm cobertura total para seu tratamento, cujo preço é de cerca de 3 mil euros (cerca de 18 mil reais) por dia e normalmente dura de uma semana a 10 dias.
“Quando medicamentos gratuitos e eficientes estão disponíveis… As pessoas deveriam poder renunciar a eles sem consequências, enquanto lutamos para cuidar de outros pacientes?”, disse Hirschi, na última quarta-feira (26), a uma rede de televisão francesa. Segundo o médico, ele teria levantado o assunto porque os custos de saúde estão aumentando muito rápido, e o comportamento irresponsável de alguns não deve comprometer a disponibilidade do sistema para o resto do público.
Vários profissionais de saúde franceses rejeitaram a ideia, e alguns políticos de direita pediram a demissão de Hirsch. A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, a candidata socialista nas eleições presidenciais de abril, também afirmou discordar de sua proposta. No Twitter da França, uma hashtag pedindo a demissão do médico ficou entre os assuntos mais comentados.
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