Um estudo feito pelo Instituto Butantan e publicado recentemente na revista científica Viruses demonstrou que a vacinação em massa realizada na cidade paulista de Serrana reduziu os casos graves e as mortes provocadas pela covid-19.
O levantamento – feito em parceria com o Hemocentro de Ribeirão Preto e o Hospital Estadual de Serrana e com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) – apontou que 95% dos casos de covid-19 identificados em Serrana foram leves, mesmo quando provocados pelas variantes Ômicron ou Delta, que se disseminam mais rapidamente.
Para esse estudo, os pesquisadores sequenciaram 4.375 amostras de pessoas que testaram positivo para a covid-19 entre junho de 2020 e abril de 2022. Desse total, 1.653 casos eram referentes à infecção pela variante Delta, 1.053 pela Gama, 1.513 pela Ômicron e 156 por outras linhagens.
Vacinação em massa
A análise apontou, também, que a vacinação em massa fez com que 88,9% dos casos referentes à variante Gama fossem leves. Além disso, 98,1% das ocorrências relacionadas à variante Delta e 99,1% referentes à Ômicron também foram leves.
Segundo os pesquisadores, o estudo, apesar de não ser focado em efetividade vacinal, mas em uma análise filogenética – que examina o desenvolvimento evolutivo do vírus – demonstrou a influência positiva da vacinação.
“Apesar das ondas epidêmicas no período do estudo, observamos que a vacinação foi fundamental na redução da morbidade, dos casos graves e da mortalidade”, disseram eles.
O resultado da pesquisa ratificou estudo anterior divulgado pelo Projeto S, que apontou uma efetividade de 80,5% da CoronaVac contra casos sintomáticos de covid-19, de 95% contra hospitalizações e de 94,9% contra mortes provocadas pela covid-19.
Sublinhagens
O estudo identificou, ainda, 52 sublinhagens do vírus Sars-CoV-2 em circulação na cidade de Serrana, incluindo variantes raras que não haviam sido descritas no restante do país.
“Isso mostra a relevância de um monitoramento sistêmico das cepas circulantes, o que fornece informações moleculares e epidemiológicas importantes, ajudando não só a monitorar linhagens raras, mas também a predizer a introdução de variantes de preocupação e prever futuras ondas epidêmicas”, revelou a matéria.
Serrana fez parte de um estudo clínico que avaliou a eficiência e a efetividade do imunizante CoronaVac, vacina produzida pelo Instituto Butantan e pelo laboratório chinês Sinovac. Chamado de Projeto S, esse levantamento teve início em fevereiro do ano passado, com a vacinação em massa de toda a população adulta de Serrana com a CoronaVac.
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