“Nove técnicos decidiram daqui de Brasília em seu escritório a vida do povo do estado do norte. Talvez, a ministra e os técnicos e o presidente do Ibama precisam sim voltar às suas raízes e ter mais conectividade com os Estados da região amazônica para ter mais propriedade de discutir o tema”, afirmou durante a audiência pública na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS) o Deputado Federal, Acácio Favacho (MDB/AP).
O Deputado Federal Acácio Favacho (MDB/AP) questionou na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS) da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (24), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, quanto aos estudos apresentados pelo Ibama para a recusa da exploração de gás e petróleo na Foz do Amazonas. A ministra foi convidada para apresentar aos deputados o plano de trabalho e programas da pasta.
Acácio formalizou sua insatisfação em relação a ausência na consulta ao povo amapaense e paraense quanto ao interesse na exploração, e cobrou mais conectividade do ministério com a população dos Estados envolvidos.
“Conectividade, se puder acrescentar uma palavra no seu Plano de Trabalho, seu grupo de trabalho do Ministério do Meio Ambiente nas decisões futuras. Essa decisão foi açodada, precipitada, com todo respeito do meu ponto de vista e do meu povo do Amapá do qual eu represento aqui, e do povo do Estado do Pará”, afirma.
O deputado questionou as inconsistências do relatório do Ibama, e falou em nome dos deputados estaduais, vereadores, governadores, que ao contrário do Ministério Meio Ambiente realizaram amplamente audiências públicas, como a realizada no município de Oiapoque na Assembleia Legislativa que não contou com representante do Ibama.
“A decisão não oportunizou o povo do Amapá e de todos os outros estados que compõem a margem equatorial. A senhora Ministra, não oportunizou a nossa população que é tão carente. Pergunto ao Ibama se já fez alguma modelagem prática na área de duzentos quilômetros da costa do Oiapoque? Se a resposta for sim, quando e onde foram e quais os resultados dos eixos de inspeção da marcha de óleo em caso de acidente?”, disse.
O deputado questionou onde estão os estudos técnicos feitos pelo IBAMA e pelo Ministério de Meio Ambiente para definir a categoria de restrição ambiental dessas unidades de conservação. “O Ibama fez estudos na bacia da área de sedimentação, das bacias do Oiapoque, Caciporé, Calçoene, Amapá, Araguari, Amazonas, para a modelagem dessas unidades de proteção? A senhora não vai negar a este parlamentar de fazer uma crítica construtiva, para acrescentar no seu Plano de Trabalho, dialogar, construir o principal objetivo do Ministério de Meio Ambiente e fazer a tão sonhada transição
energética do nosso país.
Acácio reforçou que a pauta do meio ambiente não é uma pauta de um partido.
“Esta não é uma pauta da direita, da esquerda ou de centro, é uma pauta de todos nós, mas nós só vamos conseguir construir esse entendimento da direita, da esquerda, do centro poder executivo, do legislativo, do judiciário se tivermos a oportunidade no seu plano de trabalho a palavra conectividade. Nosso estado é pobre, carente e preserva para o mundo todo, mas que tem mais de 70% da sua população no CadÚnico”, reforça.
O deputado concluiu falando que:
“Nove técnicos decidiram daqui de Brasília em seu escritório a vida do povo do estado do norte. Talvez, a ministra e os técnicos e o presidente do Ibama precisam sim voltar às suas raízes e ter mais conectividade com os Estados da região amazônica para ter mais propriedade de discutir aqui nesta mesa. Finalizo, mencionando um trecho de uma música que é um hino para o Estado do Amapá – Quem nunca viu o Amazonas. Não contará nossa história por não saber e por não fazer jus”, conclui.
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