Documentos e objetos encontrados junto aos nove corpos dentro de um barco no Pará, no último sábado (13), indicam que seriam de migrantes da região da Mauritânia e do Mali, países da África Ocidental. A Polícia Federal, porém, não descarta a existência de pessoas de outras nacionalidades.
Ao todo, foram encontrados nove corpos em estado de decomposição, sendo oito dentro da embarcação e outro próximo, o que sugere fazer parte do mesmo grupo. Eles foram encontrados à deriva na região de Bragança, cidade paraense próxima da divisa com o Maranhão.
A Polícia Federal e a Polícia Científica do Pará começaram os trabalhos de identificação nessa segunda-feira. Estão sendo usados protocolos utilizados pela Interpol para identificação de vítimas de desastres. O máximo de dados biométricos devem ser colhidos, como impressões digitais, exames odontológicos, DNA, além de marcas como tatuagens, cicatrizes ou implantes. Caso sejam identificados, possíveis familiares das vítimas também podem ser entrevistados. Além da identidade, o objetivo é verificar a origem dos passageiros, a causa e o tempo estimado das mortes.
O resgate, que demorou mais de 16 horas no domingo (14), teve participação da Marinha do Brasil e de forças de segurança do Pará. A embarcação foi transportada para perícia.
O Ministério Público Federal deve abrir duas investigações para apurar o caso. Uma, na área criminal, focada em eventuais crimes e na responsabilização penal; e outra, de investigação na área cível, em questões de interesse público e na proteção de direitos.
No final de semana, a imprensa local havia noticiado 20 corpos, mas o número correto de nove vítimas foi confirmado depois.
Fonte: Agência Brasil
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