No futebol, a preparação das equipes para o início de um novo calendário de competições é chamada de pré-temporada. Na política, os candidatos articulam apoio, buscando fortalecer seus projetos na pré-campanha. Para os políticos, o período de testes acabou no último 5 de agosto, quando foram realizadas as convenções que oficializaram candidaturas à Presidência da República, Senado, assembleias legislativas e distrital, Câmara dos Deputados e governos estaduais. O jogo do poder já começou e a disputa promete ser acirrada!
Para buscar um título, os times de futebol contratam habilidosos jogadores, apostam em técnicos renomados e na força da torcida, que geralmente dá aquela forcinha nos duelos “dentro de casa”. Em campanha eleitoral não é diferente e os “jogadores” usam variadas estratégias para vencer. No futebol e na política regras bem definidas determinam o que pode e o que não pode durante o jogo. Na política, porém, nem sempre as leis são cumpridas à risca.
Vender um candidato bem preparado, sensível às necessidades do povão é o básico. Propostas inovadoras são apresentadas à militância fiel e aos eleitores indecisos. Neste caso, às vezes, o marketing das ilusões fala mais alto. No mundo da bola, esse tipo de aposta geralmente acaba em fracasso quando medalhões em fim de carreira vestem a camisa de determinada equipe. Futebol é explosão, entrega, superação e técnica. Na política, nem sempre o jogo é limpo e no vale-tudo pela vitória os candidatos fazem tudo para beliscar a confiança do eleitor, apelando para emoção com verdadeiros hinos e cliques com produção hollywoodiana que mais parecem chamada de TV aberta para final de campeonato.
A diferença é que no futebol o torcedor, com o perdão da palavra, é um “sem vergonha” que não abandona o time jamais. Muitos deixam mulher e filhos em casa para assistir aos jogos da terceira divisão em um sábado chuvoso. Na vitória ou derrota, ele sempre estará lá defendendo seu brasão, cores, títulos e ídolos.
Na política, existem eleitores fiéis e apaixonados em candidatos, partidos e ideologias, mas a possibilidade de uma hora jogar tudo para “escanteio” e mudar de lado, como costumeiramente fazem os “craques” da política existe. Por isso, a moçada do “preciso do seu voto” deve abrir a bolota dos olhos e, sobretudo, entender que, ao contrário do futebol, não existe juramento de amor eterno e que o sucesso de suas empreitadas vai depender muito dos resultados entregues “dentro de campo”.
Rodrigo Augusto, é jornalista
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