A máfia chinesa que expandiu sua influência sobre o mercado de jogos de azar online no Brasil teria contado com a participação de uma figura conhecida: Adélia de Jesus Soares, ex-BBB e advogada da influenciadora Deolane Bezerra. As investigações da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) apontam que Adélia desempenhou um papel central nas operações ilegais. As informações foram publicadas pelo portal Metrópoles.
De acordo com a polícia, mafiosos asiáticos chegaram ao Brasil para coordenar a abertura de empresas de fachada, que foram usadas como instituições de pagamento para facilitar a lavagem de dinheiro. Esses esquemas permitiram a movimentação descontrolada de dinheiro proveniente de apostas ilegais em cassinos online. A ex-participante do Big Brother Brasil e advogada é suspeita de ter contribuído diretamente com essas operações fraudulentas.
A investigação conduzida pela 9ª Delegacia de Polícia, no Lago Norte, desvendou um esquema sofisticado de exploração de jogos de azar, operado por meio de um “laranjal” de empresas. A criação dessas companhias, segundo a polícia, ocorreu de forma irregular, utilizando brechas no setor financeiro brasileiro para mascarar a origem ilícita dos recursos.
Entre os envolvidos, estão os chineses Fuhao Liu, Mingyang Li e An Hu, que chegaram ao Brasil em maio com vistos de turista, mas rapidamente deixaram o país após ajudarem a estruturar as empresas fraudulentas. Conheça os criminosos abaixo.
O esquema envolve o jogo ilegal conhecido como “Jogo do Tigrinho”, explorado pelo grupo chinês. A PlayFlow Processadora de Pagamentos Ltda. é uma das principais empresas sob investigação. Essa firma, criada em julho de 2024, teria sido usada para receber pagamentos ilícitos e mascarar a origem dos valores movimentados no Brasil. Adélia Soares aparece como administradora da empresa, e a polícia acredita que ela desempenhou um papel ativo na constituição do negócio.
Documentos falsificados de uma empresa fictícia, registrada nas Ilhas Virgens Britânicas, foram usados para registrar a PlayFlow como representante no Brasil. A PCDF suspeita que, por ser advogada, Adélia tinha pleno conhecimento das irregularidades envolvidas no processo. Sua assinatura no contrato social da empresa reforça as suspeitas de que ela estava ciente das atividades criminosas.
Quando confrontada, Adélia negou conhecer os líderes por trás da PlayFlow e afirmou que não era proprietária da empresa, embora seu nome apareça como responsável no contrato. Além disso, a advogada teria ignorado convocações da polícia para prestar esclarecimentos.
Adélia foi indiciada por falsidade ideológica e associação criminosa. Sua participação na abertura da empresa de fachada teria sido crucial para a continuidade das atividades ilegais do grupo chinês. Embora as investigações não a acusem diretamente de lavagem de dinheiro, essa prática está no cerne das operações da AnSpacePay, outra empresa envolvida no esquema, acusada de usar CPFs de falecidos e operações fraudulentas para enviar dinheiro ao exterior.
Aos 44 anos, Adélia Soares tem uma carreira sólida no campo jurídico, tendo atuado como diretora do Procon de Suzano (SP) por 12 anos e presidido a Comissão de Defesa do Consumidor da OAB por três mandatos. Além de representar artistas como MC Mirella e Thomaz Costa, ela ganhou notoriedade pela defesa de personalidades públicas e pela recuperação de bens de luxo para seus clientes.
Fonte: Jornal Opção
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