Longe da Via Láctea, a cerca de 22.000 anos-luz da Terra, uma estrela grandiosa chama atenção por sua força magnética, que supera qualquer coisa que os físicos já viram. Com 1,6 bilhão de Tesla (grandeza que define densidade do fluxo magnético), o pulsar dessa estrela, que foi apelidada de Swift J0243.6+6124, quebra os recordes anteriores de cerca de 1 bilhão de Tesla, descobertos em torno dos pulsares GRO J1008-57 e 1A 0535+262, como mostra pesquisa publicada no ‘The Astrophysical Journal Letters’ e divulgada pelo portal Science Alert.
Para se ter uma ideia, um ímã de geladeira médio chega a cerca de 0,001 Tesla. As máquinas de ressonância magnética mais potentes conseguem atingir cerca de 3 Tesla. Portanto, não é difícil concluir que 1,6 bilhão de Tesla exige que a física esteja “funcionando” em sua máxima capacidade. O que só acontece se objetos massivos estiverem amontoados em volumes enormes e girando em alta velocidade, o suficiente para alcançar níveis extremos de aceleração de elétrons.
Swift J0243.6+6124 já era considerada uma estrela extremamente importante, já que é a única fonte de raios-X em nossa galáxia a se enquadrar na categoria ultra-luminosa. Porém, por mais fortes que sejam, esses campos magnéticos enfraquecem rapidamente para se tornarem indetectáveis a distâncias de milhares de anos-luz. Felizmente, pistas podem ser encontradas na maneira como o brilho dos raios-X se espalha pelos elétrons que percorrem a pista magnética, fenômeno conhecido como recurso de dispersão de ressonância de ciclotron.
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