Estudantes dizem que novo ensino médio atrapalha preparação para Enem

Alunos que fazem a prova do Enem no Recife apontaram a adoção do novo ensino médio como um dos desafios para se preparar para o exame, principal porta de entrada para o ensino superior no país. Neste domingo (10), os candidatos respondem a questões de matemática e ciências da natureza.

Aline Guedes, de 17 anos, vai tentar uma vaga no curso de análise de sistemas, mas disse que as expectativas estão baixas por causa do atual modelo do ensino médio.

“A prova de linguagens e de humanas tinha muita filosofia, muita sociologia, e foi justamente as matérias que cortaram no ensino médio, que a gente não tinha aula. A minha sorte é que como eu estava na área de exatas na escola, eu tinha mais aulas de matemática, enquanto os outros não tinham”, contou a jovem.

O que é o novo ensino médio?

O novo modelo de ensino médio, que começou a ser implementado em 2022, aumentou a carga horária de disciplinas obrigatórias, como português e matemática, e um reduziu o que foi considerado uma parte optativa do currículo.

Desde 2023, cada estudante passou a poder montar seu próprio ensino médio, escolhendo as áreas nas quais se aprofundará.

A intenção é que os três anos do currículo tenham conteúdos eletivos (1.200 horas focadas nos objetivos pessoais e profissionais dos alunos) mais a parte fixa (1.800 horas de ciências da natureza, ciências humanas, linguagens e matemática).

O novo modelo é obrigatório e deve ser seguido por todas as escolas do país, públicas e privadas.

A lei determina um aumento progressivo da carga horária. No modelo anterior, eram, no mínimo, 800 horas-aula por ano (total de 2.400 no ensino médio inteiro). No novo modelo, a carga deve chegar a 3.000 horas ao final dos três anos.