O jornal O Estado de São Paulo nacionalizou um problema vivido pelo treinador do Goiás Esporte Clube, Guto Ferreira, que reclama do que ele chamou bullyng e gordofobia praticado em uma transmissão da TV BRASIL CENTRAL de Goiás. O assunto ganhou o Brasil uma semana após o ocorrido que parecia estar resolvido. Nas redes sociais a discussão sobre gordofobia e bullyng na mídia está em atla neste momento.
Guto Ferreira, do Goiás, foi vítima de gordofobia no último domingo (15/1), durante transmissão da TV Brasil Central (TBC) do clássico com o Atlético-GO, pelo Campeonato Goiano. Na ocasião, o jornalista Lucas Nogueira afirmou que “não dá para colocar lapela” no treinador, se referindo ao seu pescoço e seu peso.
“Gente, nós temos um microfone aqui que chama lapela. No Guto não dá pra colocar lapela nele, não. Pode olhar na coletiva. Não tem pescoço, não tem uma divisória aqui (região abaixo do queixo). Então precisa cuidar disso”, disse o comentarista.
As falas foram motivos de risadas pelos seus companheiros na transmissão. Jean Lopes, um dos apresentadores, questionou se Guto estaria “comendo muita pamonha”. Na transmissão, foram colocadas no ar imagens de Guto Ferreira durante a entrevista coletiva.
“Olha lá, dá pra colocar lapela aí, dá?”, disse Lucas, reforçando o sarcasmo com o físico do treinador do Goiás.
Confira a nota de repúdio publicada pelo Goiás Esporte Clube!
O Goiás Esporte Clube repudia com veemência os comentários preconceituosos proferidos pelo integrante da equipe de comentaristas da TBC (TV Brasil Central), Lucas Nogueira, durante a transmissão ao vivo da partida entre Atlético e Goiás, ocorrida neste domingo (15). O fato aconteceu quando o técnico Guto Ferreira se preparava para a entrevista coletiva de pós-jogo.
Após a repercussão negativa de sua fala, o referido jornalista se desculpou publicamente, mas seus colegas presentes no estúdio seguiram debochando e dando risadas sobre os comentários.
É inadmissível que, em pleno 2023, ainda aconteçam casos como esse, de pessoas aprovando e achando graça de ofensas preconceituosas em relação à condição física de seu semelhante.
O respeito é fundamental e deve nortear todas as relações.
O preconceito, de qualquer natureza, é inconcebível, inaceitável e não será tolerado por nós.
GOIÁS ESPORTE CLUBE
DIRETORIA
JORNALISTA SE DESCULPOU
O jornalista Lucas Nogueira se desculpou, publicamente, por meio de vídeo publicado em suas redes sociais.
“Venho a público pedir desculpas para a torcida esmeraldina, diretoria do Goiás e, principalmente, para o técnico Guto Ferreira. Sei que errei. Fiz um comentário que soou preconceituoso, mas neste momento eu estou aqui para pedir desculpas a todos vocês”, afirmou o jornalista. “Isso não irá se repetir!”
Confira o vídeo:
Uma semana após o ocorrido, o episódio ganhou força, com comentários de Guto Ferreira neste domingo (22/1), após a partida contra o Iporá, pelo Campeonato Goiano. Antes do jogo deste domingo, 22/01, Guto Ferreira aceitou conceder uma entrevista ao repórter da TBC que estava em campo, Pedro Henrique Rabelo. O profissional questionou-o a respeito da situação do gramado e as novidades do Goiás. Sem responder à pergunta, o treinador desabafou:
“Acho que a atitude da equipe da TBC, na pessoa do Lucas [Nogueira], endossado pela Thaís [Freitas] e o Jean [Lopes], foi lamentável e perigoso. Para mim, não tem problema nenhum. Sou um cara cabeça feita. Mas eles têm de ter responsabilidade no que falam”.
O técnico do Goiás também citou as consequências de um comentário a respeito da condição física de uma pessoa:
“A Brasil Central atinge muitos e muitos espectadores no estado e no Brasil. São crianças que estão ouvindo e achando graça e endossando amanhã para fazer esse mesmo tipo de situação que se chama bullying entre eles. Eu tenho cabeça para suportar tamanha humilhação. Será que o garoto tem? E todo mundo sabe o que o bullying provoca”, concluiu Guto Ferreira. Sem dar chance ao repórter esportivo fazer outra pergunta, o treinador do Goiás logo se despediu.
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