BBC Brasil – A Grécia instalou uma cerca de 40 km e um sistema de vigilância em sua fronteira com a Turquia, em meio à preocupação com o aumento de migrantes do Afeganistão.
“Não podemos esperar, passivamente, pelo possível impacto”, disse o ministro da proteção ao cidadão da Grécia, Michalis Chrisochoidis, em visita à região de Evros na sexta-feira (20).
“Nossas fronteiras permanecerão invioláveis”, afirmou.
Os comentários do ministro grego foram feitos no momento em que a Turquia chamava os países europeus a assumir a responsabilidade pelos migrantes afegãos, diante da crise enfrentada após a tomada do país pelo Talibã.
Em uma conversa telefônica com o primeiro-ministro grego Kyriakos Mitsotakis, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan disse que um aumento acentuado no número de pessoas que deixam o Afeganistão pode representar “um sério desafio para todos”.
“Uma nova onda de migração é inevitável se as medidas necessárias não forem tomadas no Afeganistão e no Irã”, disse Erdogan.
A rápida tomada do Afeganistão pelo Talibã deixou alguns cidadãos temerosos por suas vidas e os levou a tentar fugir do país, muitas vezes a qualquer custo.
A Grécia, que estava na linha de frente da crise migratória em 2015, quando mais de um milhão de pessoas fugindo da guerra e da pobreza no Oriente Médio cruzaram a fronteira da Turquia para a União Europeia, disse que pode mandar de volta quaisquer afegãos que chegarem ilegalmente ao país.
Dos que chegaram à Grécia durante a crise migratória, muitos viajaram mais para o norte pela Europa, mas cerca de 60 mil permaneceram no país.
No ano passado, Atenas bloqueou temporariamente novos pedidos de asilo depois que Erdogan disse que a Turquia “abriu as portas” para migrantes viajarem para a União Europeia.
Mitsotakis disse, na época, que a Grécia havia aumentado “o nível de dissuasão em nossas fronteiras ao máximo”, com pessoal de segurança destacado para a fronteira terrestre de Evros.
Relacionadas
Contribuintes têm até 20 de dezembro para renegociar débitos com descontos de até 90% em Goiás
Brasil pede desculpas oficiais pela escravização das pessoas negras
Julgamento de Bolsonaro e demais indiciados pode ocorrer em 2025