O ataque perpetrado pelo Hamas, em 7 de outubro de 2023, no qual os terroristas assassinaram mais mil pessoas de forma cruel, bárbara e bestial, estupraram centenas de mulheres e sequestraram cerca de 200 reféns, incluindo crianças e bebês, foi definido por Judith Butler como uma “revolta.”
Judith Butler é um dos nomes mais conhecidos na teoria de gênero nos Estados Unidos e ocupa uma cátedra de retórica e literatura comparada em Berkeley.
A reunião pública na qual Butler fez suas idiossincráticas declarações foi realizada em Paris, no espaço associativo do Relais de Pantin, por iniciativa da mídia Paroles d’Honneur e associações pró-palestinas, decoloniais e antissionistas. Estiveram presentes três deputados do partido francês de extrema esquerda, France Insoumise (FI): Thomas Portes, Danièle Obono e Younous Omarjee.
As declarações de Judith Butler foram divulgadas na rede social X pela mídia indigenista e decolonial “Paroles d’Honneur”, uma ramificação do “QG decolonial”, liderado pela ativista Houria Bouteldja, do Partido dos Indígenas da República.
Este pequeno grupo fundado numa ideologia pós-colonial dedica a maior parte do seu discurso à denúncia da história colonial da França e à persistência de um suposto racismo sistêmico no país, bem como ao apoio à causa palestina e à denúncia da política de Israel. Depois do 7 de Outubro, o Partido Indígena glorificou o heroísmo da “resistência palestina” no antigo Twitter.
“Não é um ataque terrorista”
Durante o evento, Judith Butler desenvolveu uma longa análise sobre a natureza do ataque de 7 de Outubro, que ela descreve como “resistência armada”: “Podemos ter posições diferentes sobre o Hamas como organização política, declarou ela em inglês, bem como sobre a resistência armada. Mas penso que é mais honesto, e historicamente mais correto, dizer que a revolta de 7 de Outubro foi um ato de resistência armada. Não é um ataque terrorista, não é um ataque antissemita: foi um ataque contra israelenses. E você sabe, eu não gostei desse ataque, eu disse isso publicamente. […] Porém, eu seria muito estúpida se decidisse que a única violência nesta região é contra o povo israelense”.
E acrescentou: “A violência contra os palestinos ocorre há décadas. [7 de Outubro] foi uma revolta que resultou de uma situação de submissão e contra um aparelho estatal violento. Agora, sejamos claros: podemos ser a favor ou contra a resistência armada, a favor ou contra o Hamas, mas vamos pelo menos concordar com o termo resistência armada, e então poderemos debater se eles fizeram o que precisava ser feito, ou se existem outras estratégias.”
Judith Butler é atualmente convidada de honra da École Normale Supérieure da rue d’Ulm em Paris, onde profere um ciclo de três conferências sobre “as temporalidades do luto hoje”
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