HIV: Remédio injetável aplicado duas vezes por ano é 100% eficaz na prevenção do vírus, mostra estudo

A farmacêutica Gilead Sciences confirmou hoje (24) que um novo medicamento injetável, aplicado apenas duas vezes ao ano, conseguiu prevenir 100% das infecções pelo HIV na fase 3, a última, de um dos testes clínicos. Os resultados positivos do lenacapavir já haviam sido divulgados, mas agora foram publicados oficialmente na revista científica The New England Journal of Medicine. Os dados também foram apresentados hoje na 25ª Conferência Internacional de Aids, que acontece em Munique, na Alemanha. O medicamento, que é vendido com o nome comercial de Sunlenca, já tem aval das agências reguladoras, porém para o tratamento de casos de HIV multirresistentes, e não como estratégia de prevenção.

Agora, o novo estudo avaliou o uso do lenacapavir como uma profilaxia pré-exposição (PrEP), ou seja, uma terapia destinada a pessoas em maior risco de contato com o HIV para evitar que sejam contaminadas caso expostas ao vírus. A estratégia de PrEP para o HIV não é algo novo, porém hoje é feita por meio de comprimidos que são tomados diariamente. Essa modalidade também tem uma alta eficácia, que chega a ser superior a 90%, e está inclusive disponível no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2017.

O fim da AIDS até 2030?

Relatório divulgado pelo UNAIDS mostra que a humanidade se encontra em um momento crítico que determinará se as lideranças mundiais cumprirão seu compromisso de acabar com a AIDS como uma ameaça à saúde pública até 2030.

O relatório “A Urgência do Agora: A AIDS Frente a Uma Encruzilhada” reúne novos dados e estudos de caso que demonstram como as decisões e escolhas políticas tomadas pelas lideranças mundiais este ano vão determinar o destino de milhões de vidas – e se a pandemia mais mortal do mundo será superada.

Embora o fim da AIDS esteja ao nosso alcance ainda nesta década, o mundo está fora do caminho. Globalmente, das 39,9 milhões de pessoas vivendo com HIV, quase um quarto delas (9,3 milhões), não estão recebendo o tratamento que salva vidas. Como consequência, por minuto, uma pessoa morre por causas relacionadas à AIDS.