Hospital confirma 21 mortos e 116 feridos em protestos em Moçambique

Lusa – Pelo menos 21 pessoas morreram e 116 ficaram feridas desde segunda-feira (23) nas manifestações de contestação aos resultados das eleições moçambicanas, anunciou o Hospital Central de Nampula (HCN), o maior do norte do país. “Até o momento, o HCN registrou 21 óbitos e atende a 116 pacientes com ferimentos graves e ligeiros, causados principalmente por armas de fogo e outras lesões associadas”, informou o hospital, em comunicado, citando dados de até quarta-feira. Segundo o HCN, dos 21 óbitos, 17 ocorreram fora do hospital e os restantes no banco de socorros, “devido à gravidade das lesões”. Trinta um pacientes permanecem internados em diferentes enfermarias.

O Conselho Constitucional de Moçambique proclamou, na tarde de segunda-feira, Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), como vencedor da eleição a presidente da República, com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar, nas eleições gerais de 9 de outubro. O anúncio provocou o caos em todo o país, com manifestantes nas ruas, barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia, que tem feito disparos para tentar a desmobilização. Segundo novo balanço feito hoje pela plataforma eleitoral Decide, pelo menos 252 pessoas morreram nas manifestações pós-eleitorais em Moçambique desde 21 de outubro, metade das quais desde o anúncio dos resultados finais, na segunda-feira.