Divulgado nesta quarta-feira (6/7), o Boletim InfoGripe Fiocruz aponta para sinal de crescimento do número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nas tendências de longo (últimas seis semanas) e curto prazo (últimas três semanas), ainda que em ritmo mais lento do que aquele observado ao longo dos meses de abril e maio. Referente à Semana Epidemiológica (SE) 26, que compreende o período de 26 de junho a 2 de julho, a análise destaca a alta no número de estados das regiões Norte e Nordeste com sinais de crescimento, tendência que se iniciou mais tarde em relação aos estados do Sudeste, Sul e Centro-Oeste.
Em contrapartida, alguns dos estados do Sudeste e Sul (Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo) mantêm sinais de possível interrupção no aumento do número de casos, com formação de platô no mês de junho. “Essa situação ainda está sem sinais claros de inversão para queda. No Paraná e no Rio Grande do Sul, por exemplo, observa-se tendência de retomada do crescimento em crianças, indicando que o cenário ainda é instável e exige cautela”, explica o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.
Dados referentes aos resultados laboratoriais por faixa etária seguem apontando para amplo predomínio do vírus Sars-CoV-2 (Covid-19), especialmente na população adulta. Nas crianças de 0 a 4 anos, o aumento no número de casos de SRAG foi marcado por crescimento nos casos positivos para vírus sincicial respiratório (VSR) e leve subida nos casos de rinovírus e metapneumovírus. Nesse grupo, a presença de Sars-CoV-2 superou o volume de casos associados ao VSR nas últimas quatro semanas. Embora não se destaque no dado nacional, o vírus influenza A (gripe) mantém sinal de crescimento em diversas faixas etárias no Rio Grande do Sul.
Estados
A análise indica que 20 das 27 unidades federativas apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a SE 26: Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Roraima, Santa Catarina e Tocantins. As demais unidades apresentam sinal de estabilidade ou queda na tendência de longo prazo.
Ao menos uma macrorregião de saúde com sinal de crescimento na tendência de longo ou curto prazo em 25 dos 27 estados. Paraná e Sergipe são os únicos estados sem nenhuma macrorregião de saúde com sinal de crescimento nesta atualização. Em relação às estimativas de nível de casos de SRAG para as macrorregiões de saúde, observam-se 8 em nível pré-epidêmico, 16 em nível epidêmico, 70 em nível alto, 23 em nível muito alto e uma em nível extremamente alto.
Capitais
Observa-se, também, que 19 das 27 capitais apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a SE 26: Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Boa Vista (RR), Plano Piloto e arredores em Brasília (DF), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN), Palmas (TO), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA) e Teresina (PI).
Pelos indicadores de transmissão comunitária, apenas duas capitais integram macrorregiões de saúde que apresentam incidência de casos semanais abaixo do nível considerado alto, porém nenhuma encontra-se em macrorregião em nível extremamente alto. Das 27 capitais, 1 está em macrorregião de saúde em nível pré-epidêmico (Belém), outra está em macro em nível epidêmico (São Luís), 18 estão em macros em nível alto (Aracaju, Boa Vista, Campo Grande, Cuiabá, Goiânia, João Pessoa, Macapá, Maceió, Manaus, Natal, Palmas, Porto Alegre, Porto Velho, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, Teresina e Vitória), 7 em nível muito alto (Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Rio Branco e São Paulo) e nenhuma em nível extremamente alto.
Fonte: Fiocruz
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