A estratégia da oposição liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está absolutamente clara. Bolsonaro trabalha para que o PL tenha a vice-presidência do Senado para pautar o projeto de anistia aos presos do 8 de Janeiro em uma eventual ausência do senador Davi Alcolumbre (União-AP), que é o grande favorito na eleição que vai ocorrer no próximo dia 1° de fevereiro. Bolsonaro tem dito que não é possível esperar até às eleições de 2026 para colocar em prática o plano de libertar os presos pela depredação dos Três Poderes.
“Estamos negociando, com esse apoio, é a primeira-vice-presidência. Você pode, em uma ausência do Alcolumbre, botar em votação, por exemplo, o projeto da anistia. A gente não quer esperar a anistia para o futuro presidente de direita, caso seja eleito em 2026 e vai tomar posse em 2027”, afirmou o ex-presidente em entrevista ao programa Oeste Sem Filtro, da Revista Oeste.
De acordo com o regimento interno do Senado, é o primeiro vice-presidente que assume o controle da Casa quando o presidente está ausente das atividades do Legislativo. Nesta ocasião, o parlamentar poderá colocar na pauta propostas que estão disponíveis para votação no plenário da Casa.=
A proposta que busca perdoar os crimes cometidos pelos presos do 8 de Janeiro está em tramitação na Câmara dos Deputados. A proposta foi freada em outubro pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). O favorito para sucedê-lo é deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), que também foi alvo de recados por parte de Bolsonaro na entrevista concedida à Revista Oeste.
Jair Bolsonaro informou que Hugo Motta prometeu que irá pautar a anistia caso a maioria da Câmara (257 deputados) aprove um requerimento de urgência. Bolsonaro disse ainda que, caso o paraibano resista a colocar o texto em apreciação, os parlamentares do PL vão iniciar uma obstrução visando assim paralisar as votações na Casa.
“Ele sabe o que nós queremos. Não pode um presidente da Câmara simplesmente ignorar o regimento interno. Não digo os 95, mas uns 80 parlamentares têm como partir para a obstrução e complicar a vida do pessoal lá dentro”, concluiu Bolsonaro.
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