O caso da enfermeira paulista Gabriely Sabino, de 23 anos, que fugiu de casa com depressão por causa das dívidas, chamou a atenção para o ‘jogo do tigrinho’. Considerado uma espécie de cassino virtual, o ‘tigrinho’ se propaga no País com a ajuda de influenciadores digitais. A funcionária de uma concessionária em Tatuí, no interior de São Paulo, só descobriu que a filha de 14 anos estava viciada no ‘jogo do tigrinho’ quando a adolescente começou a tirar notas ruins no colégio. “Fui chamada pela direção da escola porque o desempenho dela despencou. Eles me perguntaram se tinha algum problema em casa. Só então descobri que ela jogava à noite, no quarto. Pior que ela usava o cartão de crédito do pai, que não mora com a gente”, conta. Considerado uma espécie de cassino virtual, o ‘tigrinho’ se propaga no País com a ajuda de influenciadores digitais. Como é considerado jogo de azar, quem faz a propaganda do ‘tigrinho’ pode incorrer em contravenção penal, além de crimes contra o consumidor e estelionato.
Perdi dinheiro no Jogo do Tigrinho; e agora?
Segundo a advogada especialista em direito criminal e compliance Railane Roma, é possível tentar reaver o dinheiro perdido com jogos de azar online ao reunir provas de fraude e entrar com uma ação judicial, mas as chances de sucesso são limitadas. “A justiça pode considerar que houve uma prática abusiva por parte da plataforma, especialmente se houver indícios de fraude”, observa a especialista do escritório Jorge Advogados. “Lembrando que cada caso é único e as chances de sucesso variam conforme as circunstâncias e a qualidade das provas apresentadas.” O esforço para reverter o prejuízo traz diversas barreiras, especialmente quando essas plataformas estão hospedadas no exterior e não tem representação no Brasil, particularidade que dificulta a atuação direta de autoridades brasileiras.
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