Pela primeira vez, um jornalista, chamado Sinan Aygül, foi preso na Turquia por supostamente espalhar “desinformação”, relatou seu advogado na quinta-feira (15), marcando a primeira prisão preventiva sob uma nova lei que os críticos dizem representar uma ameaça à liberdade de expressão.
A prisão ocorre dois meses depois que o parlamento aprovou a legislação abrangente que o partido governista do presidente, Recep Tayyip Erdoğan, disse que protegeria o público. Os críticos dizem que a lei pode ser abusada pelas autoridades para reprimir a dissidência.
O jornalista mora na província de Bitlis, de maioria curda, e foi detido na quarta-feira (14) depois de escrever no Twitter que uma menina de 14 anos havia sido supostamente abusada sexualmente por homens, incluindo policiais e soldados. Ele retratou a história.
Em uma série de tweets, Aygül disse que o governador local lhe disse que a história era falsa depois que ele postou sobre o suposto incidente. Aygül, presidente da Associação de Jornalistas Bitlis, pediu desculpas por publicar a história sem confirmá-la com as autoridades.
Mais tarde na quarta-feira (14), um tribunal local ordenou a prisão de Aygül enquanto aguardava julgamento, determinando que suas ações poderiam levar ao medo e ao pânico entre o público e perturbar a paz no país devido ao tamanho de sua audiência, mostrou um documento do tribunal. Em sua declaração ao tribunal, Aygül disse que corrigiu seu erro depois de falar com as autoridades, excluiu o tweet inicial e não teve a intenção de cometer um crime.
O advogado de Aygül, Diyar Orak, disse que a detenção era ilegal. “A implementação da legislação … que foi usada pela primeira vez até onde sabemos, sendo interpretada dessa forma pelo judiciário nos deixa preocupados que investigações e prisões semelhantes aumentem no futuro”, disse ele à Reuters.
Fonte: Hoje no Mundo Militar
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