“Minha vida acabou. Não consigo mais trabalhar desde que isso aconteceu. Sem trabalhar eu não consigo colocar comida dentro de casa nem pagar as contas. Eu já devia dois meses de aluguel. Agora que não vou dar conta de pagar e preciso sair dessa casa. Tudo aqui me lembra minha filha. Estou vivendo à base de remédios calmantes”, conta Rosyneide Rodrigues de Araújo, uma diarista de 44 anos, cuja filha foi vítima de feminicídio no último dia 15.
Para ela, a vida perdeu a graça. A filha Giovanna Rodrigues de Araújo, de 19, foi executada a tiros poucos metros de casa, no Bairro Independência Mansões em Aparecida de Goiânia. Desde então, Rosyneide e o filho Felipe, de 17 anos, não conseguem retomar a vida. “Eu tento dar uma força pra minha mãe, mas está difícil pra nós dois”, desabafa Felipe.
Giovanna era estudante e auxiliar de costureira em uma confecção em Aparecida de Goiânia. Era a responsável por ajudar a mãe nos serviços dentro e fora de casa. Era a companheira da mãe e do irmão. “Ela sempre foi muito carinhosa, obediente, estudiosa e trabalhadora, mas conheceu esse rapaz. Eu falava que ele não prestava, mas não adiantava”, lamenta a mãe.
O rapaz é o pintor Ryan Lucas Silva de Souza, de 18 anos, morador do mesmo bairro e primeiro namorado de Giovanna. Com pouco tempo de namoro os dois foram morar juntos, o que durou três anos conforme Rosyneide. Há um mês, cansada das crises de ciúme e da relação conturbada ao lado de Ryan, Giovanna voltou para a casa da mãe. “Fiquei feliz porque voltei a ter minha filha comigo”. No dia 15, de noite, Giovanna foi executada a tiros a poucos metros da casa da mãe. Motivo do crime: ciúmes.
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