Durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o “Conselhão”, o presidente Lula criticou os “cretinos da imprensa” após ser vinculado à alta do dólar ao longo desta semana.
“Quando eu terminei a entrevista [no Uol], a manchete de alguns comentaristas era de que o dólar subiu pela entrevista do Lula. Os cretinos não perceberam que o dólar tinha subido 15 minutos antes de eu dar entrevista. 15 minutos antes. Então esse mundo perverso, das pessoas colocarem para fora o que querem, sem medir a responsabilidade do que vai acontecer, é muito ruim”, declarou o petista.
Após várias entrevistas na última semana, o dólar chegou ao maior patamar durante o governo Lula e ultrapassou o patamar de R$ 5,50.
Outro patamar
Na terça-feira, 26, a moeda norte-americana fechou no maior patamar desde 18 de janeiro de 2022. Até então, era o novo recorde da divisa dos Estados Unidos contra o real no atual governo desde 3 de janeiro do ano passado, quando os investidores receosos com Lula levaram o dólar a fechar em 5,46 reais.
O humor do mercado mudou após Lula sinalizar, em entrevista ao Uol, que não cortaria gastos em seu governo.
“Nós queremos fazer política social que permita às pessoas crescer, queremos saber se o gasto está sendo bem feito, e o dinheiro está sendo usado para melhorar o país, estamos fazendo análise de onde tem gasto exagerado, onde tem gasto que não deveria ter, onde tem gente recebendo que não deveria receber. Sem levar em conta o nervosismo do mercado. Levando a necessidade de manter política de investimento”, disse o presidente.
Alta de 1,86% na semana
A mudança nas perspectivas sobre o corte de juros nos Estados Unidos, com a constante postergação do início do ciclo de afrouxamento monetário, também contribui para a escalada do dólar que tem se apreciado contra praticamente todas as moedas emergentes nos últimos dias. No entanto, o presidente brasileiro certamente tem auxiliado na desvalorização do real.
Deste a terça-feira da semana passada, 18, quando Lula iniciou a sequência de entrevistas e a verborragia incontida do eterno candidato, o dólar se apreciou 10 centavos de real, ou 1,86% contra a moeda brasileira. No período, o real registrou a pior performance em uma cesta com 23 emergentes.
Fonte: O Antagonista
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