O médico André Lorscheitter Baptista, de 48 anos, foi preso preventivamente em Canoas (RS), por suspeita de matar a esposa. As investigações apontam que ele teria administrado altas doses de medicamentos de uso hospitalar na enfermeira Patricia Rosa dos Santos, causando sua morte. O crime, que aconteceu no último dia 22, é investigado como feminicídio.
Baptista se formou em Medicina pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atuava no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) do estado. Nas redes sociais, o médico compartilhava dicas de segurança sobre como apartar pequenos incêndios, além de informações sobre combate aos maus-tratos animais e a importância da vacinação na prevenção de doenças.
Em uma das publicações em seu perfil, Baptista também criticou falas misóginas ao repostar um vídeo intitulado “as melhores respostas das celebridades para perguntas machistas”.
De acordo com a investigação, André usou seus conhecimentos como médico do Samu para fazer uso da medicação chamada Zolpidem e dopar a esposa. “Colocou o medicamento dentro do sorvete da esposa. A partir disso, ela ingressa num sono profundo, pelo excesso de Zolpidem, porque, pelo que se apura, teriam sido quatro comprimidos postos dentro do sorvete”, disse o delegado do caso, Rafael Pereira.
Com a mulher em sono profundo, ele aproveitou o momento para fazer um acesso venoso nos pés dela. “Justamente para não chamar atenção, porque se fizesse nos braços, ficaria visível, quando ele tentasse forjar a morte natural. Ele administrou duas medicações que não podem ser compradas, são de uso do serviço de emergência, uma delas foi o Midazolam, provocando a morte da vítima.”
O delegado ainda aponta que Baptista teria avisado aos familiares de Patrícia sobre a morte. Ele conseguiu um atestado, junto a outro médico, como se ela tivesse morrido de causa natural decorrente de um enfarte agudo do miocárdio.
No entanto, por suspeitar da situação em razão da vítima ser uma pessoa saudável e de já ter tido desavenças com o marido, a família solicitou a autópsia, que apontou o envenenamento.
Em um dos relatos dos familiares, consta que o marido tentou realizar um aborto na Patrícia quando ela estava grávida, ministrando medicações.
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