Um professor fica em choque ao perceber durante uma aula que sua pequena cidade tinha subitamente desaparecido do mapa. A cena é do filme Bacurau (2019), mas muitos lugares estão experimentando um trauma semelhante, mas pior: existem no mapa, mas na prática estão submergindo debaixo d’água para sempre.
Esta é a história do pequeno distrito de Atafona, na cidade de São João da Barra, no norte do Rio De Janeiro. Ali o Oceano Atlântico já devorou mais de 500 edificações, forçando a migração de quase 2 mil pessoas.
Nesta região fluminense, o problema não é apenas o aumento do nível do mar: Atafona está na foz do rio Paraíba do Sul, e a construção de barragens a montante levou à diminuição de seu fluxo. Isso permitiu que o mar vencesse facilmente a queda de braço com o rio, adentrando ruas e casas. O antigo balneário não tem praias próprias para banho, já que os destroços das construções submersas são um perigo para banhistas.
Em Santos, no litoral paulista, o bairro da Ponta da Praia pode ser uma das regiões costeiras do estado que terão que ser evacuadas neste século. A erosão costeira em estágio adiantado obrigou as autoridades a buscar a ajuda de cientistas e tentar soluções novas. Dessa sinergia surgiu em 2018 um projeto-piloto para a colocação, com a ajuda de mergulhadores, de geobags contendo mais de 300 toneladas de areia no total. Os primeiros resultados são promissores: não apenas o mar parou de engolir o terreno, como a areia voltou a ser acumulada, uma esperança para reverter o desaparecimento da praia.
Mas a experiência santista também traz um recado sombrio: combater a elevação do nível do mar exige investimentos e inovação tecnológica. A maioria das regiões do mundo não serão capazes de inventar uma forma de continuar existindo. Confira matéria completa do CLIMATEMPO clicando aqui!
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