Uma mulher de Gelligaer, no País de Gales, ficou paralisada da cintura para baixo enquanto tomava banho, tendo descrito que a sua vida lhe foi “roubada”.
Na manhã do dia 21 de junho, Jessica Ennis, de 30 anos, informou as duas filhas de que ia tomar um banho antes de as levar à creche, mas ficou paralisada da cintura para baixo. A jovem teve de ser retirada da banheira pela mãe e transportada para uma unidade hospitalar, onde foi diagnosticada com um Transtorno Neurológico Funcional (FND), uma doença causada por um problema no funcionamento do cérebro que pode provocar fraqueza nos braços e nas pernas, bem como convulsões.
“Senti-me completamente dormente quando me contaram, como se a minha vida tivesse sido roubada. Só quero ser mãe, esposa e a Jess novamente”, lamentou, citada pela ITV News.
Jessica, que está confinada a uma cama no Hospital Ystrad Mynach, adiantou ao mesmo meio que, agora, sofre pelo menos duas convulsões por dia. Os médicos também equacionaram que a jovem pode passar o resto da vida numa cadeira de rodas.
Os sintomas teriam começado em agosto passado, quando a mulher sentiu “uma dor inexplicável”. Chegou, inclusive, a ficar “cega do olho esquerdo”, tendo sido diagnosticada com uma neurite ótica, na época.
“Comecei a adaptar-me mas, depois, comecei a sentir uma dor horrível na pele, como se estivesse a queimar. Comecei a ter enxaquecas intensas, os meus membros começaram a ficar muito pesados – quase pesados demais para serem movidos – e, na maioria dos dias, mal conseguia estar acordada. Fiz vários exames, mas nada. Disseram-me que tinha fibromialgia e a vida continuou assim por mais seis meses”, detalhou.
Dias depois de ter completado 30 anos, em junho deste ano, a mulher ficou paralisada na banheira.
“Não conseguia mexer as pernas. Foi assustador. Liguei à minha mãe, que apareceu e me arrastou para fora da banheira, antes da chegada de uma ambulância. Foi a última vez que vi a minha casa”, lamentou.
Desde então que os sintomas de Jessica têm piorado. A jovem gagueja, tem espasmos no braço direito e não consegue alimentar-se devido ao tremor nas mãos.
A família lançou uma angariação de fundos para modificar a residência a tempo da eventual alta hospitalar de Jessica, uma vez que a mulher necessitará de um “elevador para cadeira de rodas, uma banheira e um quarto no andar de baixo”. Ainda assim, tudo o que deseja é voltar a casa. “Nunca nos tínhamos separado, e já perdi muita coisa. Dizer-lhes adeus no final de cada visita é a coisa mais difícil desta situação – muito mais difícil do que aceitar que, provavelmente, nunca mais voltarei a andar”, disse.
Fonte: Notícias ao Minuto
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