A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta sexta-feira que não há razão para interromper o uso da vacina contra a Covid-19 do laboratório britânico AstraZeneca, depois que vários países suspenderam a aplicação da mesma por temerem a formação de coágulos.
“A AstraZeneca é uma vacina excelente, assim como as outras que estão sendo usadas”, afirmou em Genebra a porta-voz da OMS, Margaret Harris, assinalando que qualquer preocupação com a segurança do imunizante deve ser investigada.
O Brasil aprovou hoje o registro definitivo da vacina AstraZeneca, alegando que “a conclusão é de que os benefícios superam os riscos”. O governo também anunciou a compra de 10 milhões de doses da vacina russa Sputnik V, em um momento em que o país precisa acelerar a vacinação para conter uma segunda onda da pandemia que já deixou cerca de 273 mil mortos. Completando o dispositivo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro do antiviral remdesivir.
A Anvisa admitiu que a vacina AstraZeneca pode causar distúrbios como dores de cabeça e diarreia e que “incertezas” podem levar “com o tempo a adequar o processo de fabricação”, também realizado no Brasil com a Fundação Fiocruz. Mas “a conclusão é de que os benefícios superam os riscos”, disse o gerente-geral de medicamentos da agência, Gustavo Mendes, em entrevista coletiva. “Não há risco previsível para a saúde da população relacionado ao uso da vacina”, afirmou.
No começo da semana, a Áustria parou de administrar as doses de um lote de vacinas da AstraZeneca. A decisão foi tomada depois que uma enfermeira de 49 anos morreu vítima de “graves transtornos de coagulação”, alguns dias após ser imunizada. Estônia, Lituânia, Letônia, Luxemburgo e Itália também deixaram de utilizar o lote.
Já a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) sugeriu nesta sexta o acréscimo de alergias graves à lista de possíveis efeitos colaterais da vacina da AstraZeneca, após a detecção de casos desse tipo no Reino Unido. A agência reguladora da União Europeia (UE) com sede em Amsterdã indicou, no entanto, que a vacina da AstraZeneca poderia continuar sendo utilizada.
Em seu comunicado de hoje, a EMA afirma ter “recomendado uma atualização da informação sobre o produto que inclua anafilaxia e hipersensibilidade (reações alérgicas) como efeitos colaterais”.
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