William Alejandro Dávila, filho do opositor venezuelano, ex-deputado e ex-governador do estado de Mérida Williams Dávila Barrios, informou que o estado de saúde do seu pai, sequestrado pela ditadura de Maduro, é grave.
Dávila teria sido transferido de emergência para um centro de cuidados esta quarta-feira, 14 de agosto, enquanto permanece sob custódia do regime venezuelano.
“Sabíamos por meios não oficiais que ele estava no Helicoide”, disse o filho do opositor. “Na noite de domingo, conseguiram entrar alguns medicamentos no Helicóide, o que nos confirmou que estava lá”, acrescentou.
Transferência
Ele disse que sua família soube do estado de saúde de seu pai na noite de terça-feira, 13, após receber uma ligação informando que ele estava sendo transferido com urgência para a Clínica Caracas.
“Não foi através de um canal oficial que soubemos, mas porque ele tem muitos conhecidos naquela clínica”, indicou. “Dizem-nos que ele vinha com um problema de saúde muito grave”, frisou.
O filho do opositor explicou que a Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional) ainda está vigiando seu pai, razão pela qual a família não teve maior acesso na busca por informações. “Soubemos que ele chegou com desidratação profunda, febre, infecção urinária aguda e perigo de sepse”, explicou.
Aos 73 anos, Williams Dávila Barrios tinha passado por uma cirurgia no coração havia pouco tempo. Ele é um das cerca de 1.400 pessoas presas pelo regime por motivações políticas entre o dia seguinte à votação, 29 de julho, e data de hoje nas contas da ONG Foro Penal. Os números fornecidos pelo regime são ainda maiores, de 2.200 prisões.
Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH)
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) adotou na quarta-feira, 14 de agosto, uma Resolução de Acompanhamento e Modificação em relação à situação de Williams Dávila na Venezuela (MC-533-17).
A representação informou que o paradeiro de Williams Dávila era desconhecido desde 8 de agosto de 2024, após ele ter sido detido por autoridades do Estado. Desde então, não houve notícias de seu paradeiro ou estado de saúde.
Constatou-se que foi apresentada ao Ministério Público uma queixa-crime por “desaparecimento forçado”, na qual foi dada ênfase à situação de saúde do beneficiário e à sua condição de idoso.
Afastado do debate político
A CIDH avalia que a situação atual de Williams Dávila faz parte de um ciclo de acontecimentos contra ele, com o objetivo de afastá-lo do debate público.
A CIDH é um órgão principal e autônomo da Organização dos Estados Americanos (OEA), cujo mandato decorre da Carta da OEA e da Convenção Americana sobre Direitos Humanos. A Comissão Interamericana tem o mandato de promover a observância dos direitos humanos na região e atuar como órgão consultivo da OEA sobre o assunto.
Fonte: O Antagonista
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