Petroleiros da Petrobras iniciam greve de 24 horas

Os petroleiros da Petrobras deram início a uma greve de 24 horas à meia-noite de hoje, 26. As reivindicações estão ligadas sobretudo à remuneração, ao modelo de trabalho e à dificuldade de diálogo com a presidente da estatal, Magda Chambriard.

“A categoria petroleira decidiu, em assembleias realizadas nas unidades operacionais e administrativas da Petrobrás, pela convocação de uma greve de advertência de 24 horas, marcada para esta quarta-feira, 26 de março”, afirmam a FUP (Federação Única dos Petroleiros) e a FNP (Federação Nacional dos Petroleiros), em manifesto conjunto.

“O movimento é um protesto contra a postura da atual gestão da empresa, que tem esvaziado os fóruns de negociação coletiva e desrespeitado o princípio negocial”, acrescentam as entidades da categoria petroleira.

Entre as principais reivindicações expressas na nota estão a defesa da Remuneração Variável (pagamento adicional ao salário base que varia de acordo com o desempenho do funcionário da empresa) e da adesão ao teletrabalho. Pede-se a suspensão do cronograma de retorno ao trabalho presencial negociado individualmente e a abertura de “negociações coletivas sobre as novas regras que contemplem os impactos sobre os trabalhadores”.

Em 19 de março, o Sindipetro-RJ (Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro) divulgou um vídeo em que uma funcionária da Petrobras identificada como Luciana Frontin expressava preocupação com a exigência de retorno ao trabalho presencial. Ela afirmou que a mudança vinha causado “estresse” e “sintomas físicos” que ela nunca havia sentido antes em 17 anos na estatal.

Outro ponto do manifesto é uma solução definitiva para os Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) do Plano Petros e de previdência, além da criação de um plano único e integrado de cargos, carreira e salário, “que garanta progressões justas na carreira”. A nota menciona também a reposição do efetivo de pessoal, com a convocação de concursados e a abertura de novos concursos, “considerando a drástica redução no número de trabalhadores após a Lava-Jato”.

A categoria petroleira reivindica, ainda, melhores condições de trabalho, com o fim da escala 6×1, e segurança para os prestadores de serviços. Os trabalhadores ressaltam que, em 2024, foram registrados 731 acidentes de trabalho no setor de óleo e gás, com 78 feridos graves e 6 mortos.

Fonte: Terra