Matteo Denaro estava foragido há 30 anos com duas condenações de prisão perpétua
A polícia da Itália prendeu hoje Matteo Messina Denaro, acusado de chefiar o grupo mafioso Cosa Nostra. Ele estava foragido havia 30 anos e foi encontrado na região da Sicília, no momento em que estava numa clínica para fazer terapia.
Acusado de ter participado de uma série de assassinatos, Denaro era considerado o mafioso mais procurado do país. Ele foi condenado à revelia a prisão perpétua por seu papel nos assassinatos em 1992 dos promotores antimáfia Giovanni Falcone e Paolo Borsellino.
Denaro também enfrenta uma sentença de prisão perpétua por seu papel nos ataques a bomba em Florença, Roma e Milão, que mataram 10 pessoas no ano seguinte. Messina Denaro foi julgado e condenado à revelia à prisão perpétua em 2002 por vários assassinatos. Isso inclui o assassinato em 1992 dos promotores antimáfia Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, os ataques a bomba em 1993 em Milão, Florença e Roma, e o sequestro, tortura e assassinato do filho de 11 anos de um mafioso.
O mafioso também está ligado a extorsão, despejo ilegal de lixo, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. Acredita-se que ele era ligado a Totò Riina, o chefe da máfia Corleone, que foi preso em 1993 após 23 anos foragido. Embora Messina Denaro estivesse foragido desde 1993, ele ainda dava ordens à máfia de vários esconderijos.
Ao longo das décadas, investigadores italianos chegaram perto de capturar Messina Denaro monitorando as pessoas mais próximas a ele. Isso resultou na prisão de sua irmã Patrizia e de vários outros de seus parceiros em 2013. A polícia também apreendeu bens ligados a Messina Denaro, deixando-o cada vez mais isolado.
Com poucas fotos de Messina Denaro disponíveis, a polícia precisou usar softwares para reconstruir como seria sua aparência física hoje em dia.
Políticos italianos de diversos partidos estão prestando homenagens aos investigadores. Gian Carlo Caselli, juiz e ex-procurador-geral, disse que a prisão de Messina Denaro é um “evento excepcional… simplesmente histórico” que pode levar a novidades nas investigações sobre os ataques a bomba de 1993 que mataram dez pessoas em toda a Itália.
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, agradeceu às Forças Armadas por ajudar a prender o “membro mais importante do grupo criminoso da máfia”. “Esta é uma grande vitória para o Estado”, disse ela.
Com informações da BBC
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