Qualidade do ar chega a níveis ‘insalubre’ e ‘perigoso’ no Brasil

A qualidade do ar em várias cidades brasileiras é considerada “insalubre” ou “perigosa” na manhã de hoje, segundo monitoramento feito pela empresa suíça IQAir. A cidade mais poluída é Cruzeiro do Sul, no Acre. O índice de qualidade de ar atingiu 416 por volta das 8h, quando o nível ideal e sem riscos para a saúde é de 50 µg/m3 (microgramas por metro cúbico).

Ar é considerado perigoso, o mais grave em uma escala de seis, segundo a classificação do IQAir. Há indicação de evitar atividade física ao ar livre, fechar portas e janelas para manter a poluição fora dos ambientes internos e usar máscara em áreas de maior exposição.

Das capitais monitoradas, duas estão no nível “muito insalubre”, que vai de 201 a 300 µg/m3. Porto Velho registrou qualidade de ar de 269 e Rio Branco, 238.
Outras nove capitais brasileiras, além do Distrito Federal, também tiveram dados coletados. Entre elas, Manaus (179), São Paulo (168), Curitiba (164), Cuiabá (84), Maceió (82), Belém (58), Macapá (55), Recife (53), Fortaleza (52) e Brasília (24).

No estado de São Paulo, sete regiões têm ar “insalubre”. Em Campinas, a qualidade do ar foi medida em 196, seguido por Guarulhos (169), Jundiaí (162), São José do Rio Preto (160), Ribeirão Preto (157), Osasco (153) e São Bernardo do Campo (152).

A qualidade do ar está sendo influenciada pelo calor, tempo seco e a fumaça das queimadas em todo o Brasil. A umidade no Brasil tem sido pior do que a do deserto do Saara, chegando a 7% na região Centro-Oeste. No Saara, a umidade varia entre 14% e 20%.

Pior semana do ano em números de incêndio

A última semana, entre 2 e 8 de setembro, registrou o maior número de focos de incêndio do ano no Brasil. Se a situação já havia sido crítica no fim de agosto, quando diversas cidades do país ficaram sob fumaça, a piora demonstrou-se algo totalmente possível no início deste mês.

De acordo com os dados do monitoramento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a primeira semana de setembro terminou com 49.187 focos de incêndio registrados. Esse número é 24,2% maior que o total da semana anterior – 39.590, entre 26 de agosto e 1º de setembro.

Em 2024, até a tarde dessa segunda-feira, já foram identificados 159.417 focos de incêndio no Brasil. Só no Pantanal do Mato Grosso do Sul, já são quase 2 milhões de hectares consumidos pelo fogo. Na Chapada dos Veadeiros, o impacto ultrapassa os 10 mil hectares.

As chamas se espalharam pelo país de tal forma que as consequências são perceptíveis em diferentes regiões. A mancha de fumaça e poluição já atinge cerca de 60% do território nacional.