Reportagem publicada neste sábado (30) na Reuters mostra que a Rússia tem recrutado cubanos desempregados e em dificuldades para combater na guerra da Ucrânia.
Segundo a investigação da agência, os cubanos recebem proposta nas redes sociais por meio de um contato identificado como “Dayana”. Ela trataria de todo o processo de recrutamento.
O aliciamento teria se iniciado em maio, pouco depois de Vladimir Putin editar um decreto prevendo a concessão simplificada da cidadania russa a estrangeiros que assinassem um contrato com o Exército do país.
A reportagem conversou com vários cubanos que trocaram mensagens com a tal Dayana. A convocação começou a se propagar em junho, segundo os entrevistados. As ofertas são compartilhadas no Facebook, Instagram e WhatsApp.
Um homem identificado como Gonzalez, de 49 anos, disse à agência por meio de videochamada que era um dos 119 cubanos em treinamento numa base militar nos arredores da cidade de Tula.
“Todos aqui sabiam para o que vinham, disso tenho certeza (…). Eles vieram para a guerra”, afirmou, acrescentando que os cubanos estavam sendo treinados para lutar no campo de batalha, mas não sabiam ainda para onde seriam enviados.
Gonzalez deixou sua casa na pequena cidade de La Federal, em julho, para lutar pelo exército russo na Ucrânia. Logo depois de assinar o contrato com a Rússia, ele transferiu para sua mulher, em Cuba, parte de seu bônus de assinatura de cerca de 200 mil rublos, o equivalente a 2.040 dólares. O valor é 100 vezes maior que o salário médio mensal do estado cubano, de cerca de 17 dólares.
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