A participação feminina na política é crucial para garantir a diversidade e a eficácia democrática, além de assegurar que as políticas públicas atendam às necessidades específicas das mulheres. Contudo, as eleições de 2024 revelam que a representatividade feminina, especialmente no Brasil, ainda enfrenta grandes desafios.
Neste ano, a participação política das mulheres destacou a necessidade de ações efetivas de fiscalização para garantir o cumprimento da legislação eleitoral. Dados indicam que a cota mínima de 30% para candidaturas foi ignorada em mais de 700 municípios.
A senadora Jussara Lima (PSD/PI) ressalta que essa sub-representação prejudica as políticas públicas do país. Ela afirma: “A presença feminina nos Parlamentos é essencial, pois são espaços políticos onde a maioria decide. A participação feminina minoritária na política, a despeito de as mulheres representarem, em termos demográficos, a maior parte da população, fragiliza a sua força política. Os reflexos dessa sub-representação têm sido a dificuldade de aprovação de projetos e a carência de políticas públicas de seu interesse mais direto”.
Segundo levantamento do Observatório da Mulher na Política, as mulheres representaram mais de 30% das candidaturas nas eleições deste ano. Foram registradas 279.011 candidaturas masculinas e 152.930 femininas, correspondendo a 64,59% e 35,41%, respectivamente. Embora tenha havido um aumento de um ponto percentual nas candidaturas femininas em relação a 2020, o total de registros caiu, com uma redução de 55 mil para homens e de 22 mil para mulheres.
Jussara acredita que as futuras gerações merecem um Brasil com maior presença feminina na política: “Juntas podemos mudar a história”, afirma.
Dados do DataSenado revelam que, entre as candidaturas de 2024, 15% foram de mulheres e 85%, de homens. Contudo, entre os eleitos, apenas 13% são mulheres, enquanto 87% são homens. Nas capitais brasileiras, nenhuma mulher foi eleita no primeiro turno.
Ranking Mundial
Atualmente, o Brasil ocupa a 134ª posição no ranking da União Interparlamentar, que avalia a porcentagem de mulheres no Parlamento em 183 países, sendo o último colocado na América Latina.
Desde a criação das cotas em 2009, sua implementação efetiva pelos partidos tem sido insuficiente. O Brasil figura entre os países com menor representação feminina na política. Na Câmara dos Deputados, apenas 18% das cadeiras são ocupadas por mulheres, enquanto no Senado essa porcentagem é ainda menor, com apenas 12% de presença feminina.
Como coordenadora estadual do PSD no Piauí, Jussara observa que a participação feminina avança lentamente, o que suscita discussões sobre a reserva de cadeiras no Legislativo. Ela comemora que, apesar do crescimento ser gradual, é um avanço para as mulheres.
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