A partir de hoje, 8, a Maternidade Célia Câmara não fornecerá mais alimentação para os funcionários que trabalham em regime de 12h x 36h. A decisão foi comunicada pela Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (Fundahc/UFG) e decorre da falta de repasses financeiros por parte da Prefeitura de Goiânia. Segundo a nota, a empresa contratada para fornecer alimentação suspendeu os serviços devido à ausência de pagamentos. Confira a nota na íntegra no final da matéria.
Alonso Julião da Cruz, apoio administrativo da maternidade e conselheiro local de saúde, destacou que, embora a Célia Câmara ainda mantenha uma situação relativamente melhor em comparação às outras maternidades da capital, o atendimento está severamente limitado, focando apenas em partos e emergências. Ele também mencionou que a falta de repasses está afetando outros serviços essenciais, incluindo segurança e fornecimento de insumos.
As dificuldades financeiras enfrentadas pela Fundahc/UFG têm raízes em um histórico de repasses irregulares da Prefeitura, que, desde 2021, não cumpre integralmente os convênios, que somam R$ 20,2 milhões mensais. Desde agosto deste ano, atendimentos ambulatoriais nas maternidades estão suspensos, e o acúmulo de dívidas com fornecedores tem gerado uma crise que compromete a manutenção das unidades de saúde.
A Maternidade Dona Íris e a Maternidade Nascer Cidadão também enfrentam sérias dificuldades, incluindo a redução de alimentação para os funcionários e a falta de medicamentos. A situação se agrava com a saída de empresas prestadoras de serviços que, devido aos atrasos nos pagamentos, solicitaram a quebra de contrato.
A Fundahc/UFG tem buscado diálogo com a Secretaria Municipal de Saúde, mas a resposta do Executivo municipal tem sido insatisfatória. O bloqueio de recursos pela Justiça, após uma ação do Ministério Público de Goiás, agravou ainda mais a situação, deixando os atendimentos em estado crítico.
A Fundação reforça a urgência de uma solução para o colapso iminente das maternidades e faz um apelo ao apoio das autoridades competentes e à sociedade civil para evitar que a saúde pública de Goiânia sofra ainda mais penalidades.
Fonte: Jornal Opção
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