A substância pode ser feita a partir da união de duas moléculas já conhecidas, sem precisar extrair o veneno da aranha, o que torna o processo muito mais rápido. Esse método foi desenvolvido pelo cientista Pedro Ismael da Silva Junior do Laboratório de Toxicologia Aplicada do Butantan, que explica que esta cópia do veneno feita em laboratório consegue combater o crescimento de tumores, da mesma forma que a molécula original da aranha.
Um dos grandes diferenciais dessa substância é que ela conseguiu matar as células tumorais por apoptose (morte programada), e não por necrose. Isso significa que a célula se autodestrói de forma controlada, sem causar uma reação inflamatória, diferente do mecanismo de grande parte dos tratamentos quimioterápicos hoje disponíveis.
— A morte por necrose é uma morte não programada na qual a célula colapsa, levando a um estado inflamatório importante. Já na apoptose a célula tumoral sinaliza ao sistema imune que está morrendo, para que ele remova posteriormente os fragmentos celulares — explica Thomaz Rocha e Silva, pesquisador do Einstein.
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