Contrato de R$ 18 milhões para combate à dengue é alvo de investigação em Aparecida de Goiânia

Oito mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Abadia de Goiás, contra suspeitos de fraude em um contrato realizado neste ano com a Prefeitura de Aparecida de Goiânia no valor de aproximadamente 18 milhões de reais.

A investigação conduzida pela Polícia Civil de Goiás (PC), por meio do Grupo de Repressão a Roubos da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC/GARRA) apura possíveis irregularidades em um contrato firmado em 2024 entre a prefeitura de Aparecida de Goiânia, via Secretaria Municipal de Meio Ambiente, e uma empresa sediada em Goiânia. O valor do contrato, estimado em R$ 18 milhões, envolvia a venda de produtos destinados ao controle do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya

Na época, não foi exigido o processo licitatório por conta da exclusividade na fabricação e comercialização do  Aedes do Bem™ PRO.

A Caixa do Bem, desenvolvida pela multinacional de biotecnologia Oxitec, fundada na Universidade de Oxford, na Inglaterra e presente no Brasil desde 2011, está em comercialização desde 2021. A solução foi aprovada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) em 2020, após 3 anos de projeto-piloto no município de Indaiatuba, em São Paulo.

Durante quatro meses, as caixas desempenham um papel ativo na redução da população de mosquitos transmissores, contribuindo significativamente para a proteção da saúde pública em todo o município. A bióloga Luciana Medeiros, representante da Oxitec, explicou como funciona o processo. “Assim que os machos atingem a fase adulta, em cerca de 10 a 14 dias, voam das caixas para o ambiente urbano, procurando ativamente e acasalando com as fêmeas do Aedes aegypti. Ao serem ativados com água limpa, os ovos eclodem e os mosquitos machos se desenvolvem no interior da Caixa do Bem”, explicou.