Após queda de Assad, mulheres e criança presas são libertadas na Síria

Após a queda do governo de Bashar al-Assad, rebeldes que derrubaram o regime libertaram prisioneiros da prisão militar de Saydnaya, nos arredores de Damasco, capital da Síria. A prisão foi apelidada de “matadouro humano” pela Anistia Internacional e estima-se que foi no local que mais de 100 mil pessoas desapareceram durante quase 14 anos de guerra civil.

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra mulheres e pelo menos uma criança sendo libertadas da prisão.

No vídeo, é possível ver mulheres sendo libertadas, entre elas, uma criança pequena que era mantida com a mãe. “Ele [Bashar al-Assad] caiu. Não tenham medo”, diz uma voz no vídeo, aparentemente tentando tranquilizar as mulheres de que elas agora estavam seguras.

De acordo com a Anistia Internacional, a prisão foi usada, desde 2011, como espaço para assassinatos, torturas e desaparecimento forçado de inimigos políticos do regime de al-Assad. Em 2017, um relatório da instituição afirmou que cerca de 13 mil pessoas foram enforcadas entre 2011 e 2015 na prisão.

Segundo a Associação de Detentos e Desaparecidos na Prisão de Saydnaya (ADMSP), não há mais detentos na prisão. A libertação terminou por volta das 11h, no horário local, de domingo (8/12).

A associação estima que mais de 30 mil pessoas foram executadas ou morreram em consequência de tortura, falta de assistência médica ou fome entre 2011 e 2018.

“A libertação da prisão de Saydnaya não é apenas uma vitória militar, mas uma vitória para toda a humanidade. É um símbolo do triunfo da vontade de viver sobre a morte e da vontade de liberdade sobre a tirania”, escreveu a ADMSP em um comunicado divulgado nas redes sociais.

Também circulam nas redes sociais vários vídeos de sírios recém libertados correndo pelas ruas de Damasco. Em um deles, um homem chega a afirmar que ficou preso durante 10 anos e pergunta, para quem estava gravando, o que estava acontecendo. Como resposta a pessoa diz que o regime caiu e ele sorri e continua correndo.

O prisioneiro mais antigo da prisão, Ragheed Al-Tatari, foi libertado após 43 anos de detenção.

Fonte: Metrópoles