O opositor russo Alexey Navalny foi condenado a três anos e cinco meses de prisão nesta terça-feira (02) por violar sua liberdade condicional. A decisão foi tomada pelo tribunal distrital de Simonovsky, que se reuniu para a sessão no tribunal de Moscou.
Porém, apesar de acolher o pedido do Serviço Penitenciário Federal (FSIN) de converter a pena em suspensão para a detenção real, a Justiça decidiu que ele deverá cumprir “apenas” dois anos e cinco meses em regime fechado. A decisão se baseou no fato de que Navalny cumpriu um ano de regime domiciliar pela pena imputada contra ele em 2014.
O processo desta terça-feira foi aberto por conta de uma denúncia do FSIN feita no fim de dezembro de 2020. A agência do governo informou que o opositor não compareceu a uma audiência com o juiz de vigilância por conta de uma condenação há quase sete anos.
Em 2014, o advogado foi condenado a três anos e meio de prisão por ter feito um desvio de 26 milhões de rublos (cerca de R$ 1,9 milhão) de uma empresa francesa de cosméticos que atua no país.
No entanto, Navalny não compareceu à audiência citada porque estava em tratamento médico na Alemanha, para onde foi transferido em coma após um envenenamento sofrido com uma substância do tipo novichock em agosto de 2020. Ele só retornou ao país em 17 de janeiro e foi preso ainda no avião que foi de Berlim a Moscou.
O advogado acusa o governo de Vladimir Putin de tentar matá-lo, enquanto o Kremlin diz que o opositor se envenenou de propósito.
Durante a sessão desta terça-feira, Navalny afirmou que a acusação era “absurda” e que Putin “entrará para a história como um envenenador”. Ainda reafirmou que demorou a voltar para o país para que pudesse “completar o tratamento médico” na Alemanha. “O que mais eu poderia ter feito?”, questionou ainda.
A prisão e o processo contra o opositor provocaram uma nova onda de protestos na Rússia, com mais de quatro mil pessoas sendo presas pelas autoridades. A situação de Navalny também foi alvo de críticas de governos estrangeiros tanto da União Europeia como dos Estados Unidos.
Os aliados já convocaram novas manifestações pela liberdade do advogado, que se tornou a principal face da oposição a Putin nos últimos anos.
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