Armações ilimitadas. ‘Fachin queria mais salvar Moro do que libertar Lula’

Leia as análises críticas e explosivas  dos professores universitários  Daniel Aarão Reis Filho [UFF], Carlos Ugo Santander [UFG], David Maciel [UFG] e Fernando Santos [UFJ]

Renato Dias

O professor doutor da Universidade Federal Fluminense, Daniel Aarão Reis Filho, afirma, com exclusividade, que o ministro do Superior Tribunal Federal [STF], Edson Fachin, queria em sua decisão monocrática proteger o ex – juiz de Direito Sérgio Moro.

O efeito colateral foi a anulação das condenações do ex – presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva [2003-2006 e de 2007-2010]. O pesquisador admite que o líder petista voltou, sim, em alto estilo. O erro é não fazer uma autocrítica, lamenta. O que não é uma expiação de culpa, uma autoflagelação em praça pública, explica o escritor e intelectual exilado à época da ditadura civil e militar.

Já o doutor da Universidade Federal de Jataí, Fernando Santos, crê que a sentença, emitida com atraso, revela que as ações da Operação Lava Jato  não são mais necessárias à determinadas frações da burguesia. Sérgio Moro derrete, avalia.

O ex – magistrado está sob a ameaça de Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Carmem Lúcia, diz. É preciso ver o que dará a Operação Spoofing, aponta. Luiz Inácio Lula da Silva mostrou como se tornou presidente da República, construindo um dos maiores partidos políticos do Brasil e responsável por um governo de coalizão de centro-esquerda, um pacto de classes de 2002 a 2016, sublinha.

Lula é uma peça importante no jogo. Mas é hora de as esquerdas  [PCB, Psol, UP, PSTU]  intensificarem a luta em defesa da vida. Fora, Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão!

 Graduado no Peru, com mestrado no México, doutorado no Brasil e extensas pesquisas pós – doutoral na Itália, o cientista social e político Carlos Ugo Santander atribui a tragédia social no País a Sérgio Moro. O ex – magistrado de Curitiba.

Personagem ímpar da República de Curitiba e responsável pelas ilegalidades da Operação Lava Jato. Ele vê a antecipação da polarização a ser celebrada entre a esquerda, com Luiz Inácio Lula da Silva, e a extrema-direita, com Jair Messias Bolsonaro. Mais: prevê novas operações do ‘Gabinete do Ódio’, instalado, em Brasília [DF]. A capital da República. Assim  como projeta a derrota das direitas nas eleições de 2022.

Plano B

Professor da Faculdade de História, da Universidade Federal de Goiás, David Maciel, um adepto das ideias de Karl Marx [1818-1883] e de Antonio Gramsci [1891-1937] acredita que tanto a sentença de Edson Fachin quanto a votação na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal da suspeição de Sérgio Moro são retaliações às Forças Armadas [Exército, Marinha e Aeronáutica].

O intelectual marxista enxerga uma corte suprema rachada. Dividida, resume. A resolução é para estimular a centro-direita, além de manter Luiz Inácio Lula da Silva sob controle, crê o estudioso do Tempo Presente. A crise tem tendência de continuidade, dispara.